Foram nove meses de espera, até que a OIE reconhecesse a ZAV, como livre de febre aftosa com vacinação. A solicitação foi feita pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento em maio do ano passado. Para o veterinário da Famasul, Horácio Tinoco, essa conquista só foi possível com o esforço de produtores rurais e poder público.
? Todos os envolvidos nesse processo cada um fazendo a sua parte, em especial aqueles produtores que estão na zona de alta vigilância que fizeram o dever de casa e fazendo o dever de casa contribuíram para mais essa conquista de Mato Grosso do Sul ? comenta.
Em 2001 o Mato Grosso do Sul tinha alcançado status de livre de febre aftosa com vacinação pela OIE. Mas desde 2005, quando foi detectado um foco da doença numa propriedade rural de Japorã, na divisa com o Paraguai, parte do Estado foi classificado como Zona de Alta Vigilância.
Formada por 13 municípios a ZAV foi criada para impedir que animais infectados viessem para as propriedades brasileiras. Apesar de a medida ser de proteção, trouxe alguns prejuízos para os produtores daquela região, que passavam por um controle da circulação de animais. O transporte só podia ser feito em caminhões lacrados e em rotas pré-determinadas nas guias de trânsito animal.
Depois de três anos de limitações e um controle rigoroso agora a ZAV se iguala as outras áreas do Estado, com status de livre de febre aftosa com vacinação. Essa mudança deve movimentar o mercado. Com um rebanho estimado em 800 mil animais, os produtores agora podem apostar no que antes não era possível: as exportações.
O Estado exporta 30% da carne que produz segundo estimativa da Superintendência Federal da Agricultura. A chegada de novos produtos deve elevar as vendas ao mercado externo.
? Estamos felizes com esse momento que os produtores terão um acesso melhor ao mercado ? complementa Tinoco.
Para Francisco Maia, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul, Acrissul, a decisão chegou em um momento extremamente favorável, quando o mercado está aquecido. Ele reforça ainda a necessidade de continuar com os cuidados sanitários para evitar novas barreiras.
? O agronegócio está em um bom momento, as comodites, o mundo está consumindo, melhorando o padrão principalmente o asiático, carne exportando, soja num preço corrigido. Espero que isso continue e que daqui pra frente não se fale mais em febre aftosa em Mato Grosso do Sul ? conclui.