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Outono será marcado por menos chuva no Centro-Sul

O outono de 2022 vai começar com uma frente fria que chega ao país com força suficiente para avançar até o norte de Minas, sobre o Espírito Santo e sobre o sul da Bahia

O outono de 2022 começa neste domingo (20), às 12h33, pelo horário de Brasília. Normalmente, a estação já é marcada pela diminuição da chuva no Sudeste e no Centro-Oeste do país. Com o La Niña que está vigente desde meados de 2020, a tendência é termos ainda uma menor quantidade de chuva não só nestas regiões, mas também no Sul que já sofreu com a estiagem na última safra.

No centro-norte do país, o outono de 2022 deve ser caracterizado por condições mais úmidas do que o normal, especialmente no começo da estação, por conta das condições oceânicas no Atlântico Sul que também terão muita influência na estação. Temperaturas acima do normal na costa leste do Nordeste vão facilitar a formação de áreas de instabilidade que espalham chuva forte entre o litoral do Rio Grande do Norte e de Sergipe.

A pouca diferença de temperatura entre o Atlântico na costa Sudeste do país e a região entre a costa da região Sul e do Uruguai vai influenciar o deslocamento das frentes frias. As frentes frias do outono tendem a ser mais oceânicas (pouco ar frio pelo interior do continente) do que continentais (mais ar frio pelo interior do continente). “Resumindo o outono de 2022 em poucas palavras, será uma estação com menos chuva do que o normal no centro-sul do país e frio, mas sem extremos. Nos estados do Norte e Nordeste do Brasil, será um outono com mais chuva do que o normal ”, diz Desirée Brandt.

O outono de 2022 vai começar com uma frente fria que chega ao país com força suficiente para avançar até o norte de Minas, sobre o Espírito Santo e sobre o sul da Bahia. Haverá uma concentração de umidade na parte central e norte da região Sudeste, na porção norte da região Centro-Oeste e também sobre o Tocantins e a Bahia fazendo com que essas áreas tenham mais nebulosidade e chuva nos primeiros dias do outono.

Ao mesmo tempo, no centro-sul do país, o padrão de tempo seco e frio deve predominar no começo do outono. O ar frio de origem polar chega com moderada intensidade com esta frente fria e causa uma queda de temperatura acentuada, se comparado ao que temos observado nos últimos meses.Porém as áreas litorâneas de Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo devem ter volumes de chuva relativamente altos no começo do outono.

O restante do mês de março, e também o mês de abril, deve ser com chuva frequente e muitas vezes volumosa na costa norte do Brasil, entre o Amapá e o Rio Grande do Norte. Estados como Roraima, a parte norte do Amazonas, o norte do Pará e também áreas do norte do Tocantins serão beneficiadas pela chuva da ZCIT no primeiro mês e meio do outono.

Segundo informações do Agroclima, o destaque para maio será a entrada da primeira onda de frio forte de outono, esperada para segunda quinzena do mês. O ar frio de origem polar pode chegar com força a São Paulo, parte do Rio De Janeiro e Minas Gerais e ao Mato Grosso do Sul fazendo a temperatura baixar para valores próximos e um pouco abaixo dos 10°C. Até lá, algum resfriamento leve pode acontecer nos estados do Sul, mas não se espera no decorrer do mês de março e abril nenhum evento de frio extremo que possa realmente chamar atenção e causar geadas nas lavouras.

Durante o mês de maio, a passagem de frentes frias pelo Sul do Brasil, Mato Grosso do Sul e São Paulo pode provocar chuva forte nesses estados. Áreas como o Sul de Minas, a zona da mata mineira e o estado do Rio de Janeiro também podem sofrer com alguns temporais com as frentes frias de maio.

O mês de junho pode surpreender com o excesso de umidade, em relação aos padrões normais do mês. Pela climatologia, o mês de junho já é bastante seco nos estados do Sudeste e do Centro-Oeste e o Sul do Brasil tem eventos de chuva na passagem das frentes frias. Mas em junho de 2022 espera-se uma configuração de ventos sobre o país que force uma persistência de ar úmido acima do normal em áreas como São Paulo, o centro-norte do Mato Grosso do Sul, no sul de Mato Grosso, no Rio de Janeiro, no sul de Minas Gerais e de Goiás. Isto vai fazer com que essas áreas tenham bastante nebulosidade e mais chuva do que seria o normal. É importante lembrar que as médias de precipitação para junho são bastante baixas em todas essas áreas. Assim, acumulados de 30 ou 40 milímetros em uma semana, por exemplo, já representam um volume de chuva acima da média nas regiões no interior do continente.