O dólar comercial fechou em 4,843, com perda de 1,44%. A moeda foi pressionada pelo forte ingresso de recursos externos, resultado da alta das commodities, e pelo sentimento do mercado de que as incertezas fiscais estão diminuindo.
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De acordo com o sócio da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, “o dólar faz mais sentido em R$ 4,80, baseado nos fundamentos técnicos. A redução do déficit primário e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rejeitando a redução das alíquotas de combustíveis, também contribuem com este cenário”.
Segundo o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, a fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na cúpula de inovação do Banco de Compensações Internacionais (Bank of International Settlements, BIS), ajudou a fazer preço.
O fluxo de recursos externos também tem origem nas altas taxas de juros brasileiras. Ontem, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sinalizou que a Selic poderá fechar o ano ainda mais alta do que o previsto pela maioria do mercado.
Mas o ponto fundamental para a sustentação do real é mesmo a alta das commodities. O petróleo subiu mais de 5% ontem, sustentando também o desempenho de importantes produtos da pauta de exportação brasileira. Com a perspectiva de queda no retrovisor, o mercado está vendedor e ajuda a determinar a queda do dólar frente ao real.
O mercado também avalia a possibilidade do governo americano anunciar novas sanções contra a Rússia. Com isso, a perspectiva é de que as commodities subam ainda mais.