O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará o seu relatório mais importante do semestre nesta quinta-feira (31). Trata-se da intenção de plantio para 2022 que, de acordo com pesquisas de agências internacionais a respeito do sentimento do mercado, deve indicar elevação na área a ser plantada com soja naquele país na comparação com o ano anterior.
Desta forma, aposta-se em número de 88,8 milhões de acres (aproximadamente 36 milhões de hectares) de oleaginosa semeada. No ano passado, os americanos instalaram 87,195 milhões de acres. A média das projeções oscila entre 86 milhões e 92,2 milhões de acres.
No entanto, a área de soja deverá ficar abaixo da de milho, projetada em 92 milhões de acres, contra 93,357 milhões do ano anterior. Contudo, segundo o consultor de Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, o conflito no Leste Europeu colocou um ingrediente a mais nessas estimativas, alterando o patamar de preços em Chicago, principalmente do milho.
“Com a valorização do milho em Chicago e tudo o que o grão representa nos Estados Unidos como fonte alternativa de combustível ao petróleo, que é o etanol de milho, bem como a questão envolvendo a guerra entre Rússia e Ucrânia, que tirou do mercado dois players importantes de milho, o que favorece o grão norte-americano, é possível que o produtor de lá opte por aumentar a área de milho e não a de soja”, considera.
Ainda assim, Roque alerta que, se a área de soja norte-americana crescer mais do que o esperado, provavelmente serão feitas correções negativas nos contratos futuros. “Caso contrário, se a área cair ou se mantiver, Chicago pode continuar subindo mais e voltar a trabalhar acima de 17 dólares por bushel ou até mais”, projeta.
O consultor salienta que embora hajam muitas dúvidas a respeito do relatório, ele será decisivo para entender os rumos do mercado para o restante do ano. “Se a área crescer nos Estados Unidos, vai de encontro com o aumento de demanda. De outro modo, com o aumento de demanda e área e potencial produtivo menores, o estoque pode cair lá na frente. Aposto em maior área de milho e menor de soja”, declara Roque.