Uma conjuntura de fatores internos e externos tem elevado as cotações de soja no Brasil. Do ponto de vista da oferta, as chuvas abaixo do esperado reduziram as perspectivas para a safra 2021/22, que foi recentemente revisada em 17 milhões de toneladas se comparado à estimativa inicial.
Desta forma, o Rabobank estima que a atual temporada deve alcançar 125 milhões de toneladas, uma redução de 9% se comparada ao ciclo 2020/21. O clima e o desenvolvimento das lavouras de soja na Argentina e no Paraguai também foram impactados pelo La Niña. Assim, a safra total de soja sul-americana foi revisada em mais de 30 milhões de toneladas se comparada às primeiras projeções, o que reduziu os estoques globais da oleaginosa, que já sinalizam retração em relação ao ciclo anterior.
Além dos fundamentos relacionados à oferta e demanda, a guerra entre a Rússia e Ucrânia também ofereceu suporte às cotações do complexo de soja, devido a participação de 80% das exportações globais de farelo e óleo de girassol por esses países, o que vem limitando a oferta global de óleos vegetais.
As elevadas cotações de farelo de soja e óleo de soja, além do aumento das retenciones argentinas, devem favorecer o esmagamento no Brasil. O Rabobank estima que em 2022, o Brasil deverá esmagar 48 milhões de toneladas, já as exportações apresentarão redução de 11 milhões de toneladas em relação a 2021.