A falta de contêineres e o câmbio desfavorável nos primeiros meses de 2022 tiveram impacto negativo sobre as exportações de arroz (base casca) em abril.
Os embarques no quarto mês do ano somaram 67,7 mil toneladas, volume bem inferior às 180 mil t enviadas ao exterior em março passado, informa a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), com base em dados do Ministério da Economia.
“Estamos tendo muita dificuldade para escoar o arroz devido à falta de contêineres. Esse problema surgiu com a pandemia de covid-19 e se agravou recentemente com o lockdowns na China. A paralisação dos portos chineses, principalmente o de Xangai, um dos maiores do mundo, reduziu fortemente a oferta de contêineres”, diz o diretor de Assuntos Internacionais da Abiarroz, Gustavo Trevisan.
De acordo com ele, até mesmo alternativas como o aluguel de espaços nos porões de navios, para enviar o arroz em big bag, embalagem que pode transportar até uma tonelada, não estão conseguindo servir para atenuar os problemas no escoamento das exportações.
“Há uma falta global de contêineres, que estão parados na China. Isso também provocou redução de oferta de navios para transporte nos porões e encareceu o frete marítimo”, explica.
Enquanto as vendas externas encolheram, as importações de arroz deram um salto em abril.
As compras brasileiras no mês passado somaram 178,1 mil t, contra 106,8 mil t de março deste ano.
Segundo Trevisan, isso é resultado da retenção de oferta no campo, igualmente motivada pelo câmbio desfavorável.
Ainda conforme a Abiarroz, no primeiro quadrimestre de 2022 (janeiro a abril), as exportações de arroz totalizaram 518,2 mil t, volume bem acima das 318,8 mil t embarcadas em igual período de 2021.