O boletim Acompanhamento de Safra de junho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra brasileira 2021/22 de soja alcance 124,268 milhões de toneladas. No relatório anterior, a entidade projetava o ciclo em 123,83 milhões de toneladas. Em relação à temporada passada, o decréscimo é de 10,1%, ao passo que a produtividade teve redução de 14%, apontada em 3.032 kg/hectare (50,5 sacas).
O documento lembra que a colheita está praticamente finalizada, com 99,1% da área semeada concluída. Os problemas climáticos ocorridos no Sul e em Mato Grosso do Sul foram determinantes para a diminuição da produção nacional. Desta forma, mesmo os ajustes para cima em Mato Grosso, maior produtor nacional, e de área plantada no Maranhão, não foram capazes de reverter o quadro.
A área semeada alcançou os 40.988,5 milhões de hectares, aumento de 4,6% em relação à safra passada. Quanto à demanda, Conab informa que as margens de esmagamentos bastante atrativas e os preços internacionais do óleo e do farelo em alta estão favorecendo as exportações dos subprodutos. Por esse motivo, as exportações de óleo de soja da safra atual, que estavam estimadas em 1,7 milhão de toneladas, passam para 1,8 milhão de toneladas. Já as exportações de farelo passam a ser de 18,68 milhões de toneladas.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a soma da produção de biodiesel nos quatro primeiros meses de 2022 está 17% menor que no mesmo período de 2021. Desta forma, há uma pequena redução na estimativa de consumo interno de óleo de soja de 415 mil toneladas em relação a 2021. Com os esmagamentos em alta, as exportações da safra 2021/22 de grãos estão menores e, neste relatório, passa a ser estimada em 75,23 milhões de toneladas, ante a previsão de 77 milhões de toneladas no último relatório. Com o aumento de produção e de esmagamentos e a redução das exportações de grãos, os estoques de passagem para a safra 2021/22 de soja em grãos são estimados em 4,86 milhões de toneladas.