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Conheça a 'Dona Redonda', a ovelha que não para de ter quadrigêmeos

A ovelha deu cria de 23 filhotes nesse meio tempo tendo apenas um caso onde acabou tendo parto de trigêmeos

No último domingo (6) o Canal Rural trouxe uma matéria onde em um caso considerado raro, uma ovelha deu luz à quadrigêmeos no Rio Grande do Sul.

Porém, em um caso considerado mais especial ainda, uma ovelha, chamada de “Dona Redonda” tem dado cria desde 2017 apenas de cordeiros quadrigêmeos.

A ovelha em questão é da raça Santa Inês. Segundo o Instituto de Zootecnia de São Paulo, é um animal desprovido de lã, de elevada estatura, pernas compridas, orelhas longas com peso entre 50 e 60 kg para as fêmeas e machos ao redor de 100 kg.

O caso

Segundo Ari Paulo Limberger, proprietário da fazenda, em Dois Irmãos das Missões(RS) a ovelha já está na propriedade a mais de sete anos e em seis gestações, teve incríveis 23 cordeiros.

De acordo com o produtor a primeira vez que viu isso acontecendo, foi uma grande surpresa para ele, tendo que registrar através de uma foto o caso. O produtor disse que nem imaginava ser um caso raro.

“Da primeira a quarta gestação foram sempre de quatro filhotes, a quinta gestação foram três e a sexta gestação foi de quatro filhotes novamente” disse Limberger que se surpreende até hoje com o caso pois nunca havia visto algo desse tipo.

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Foto: Reprodução/Whatsapp

Após isso, nas próximas ocorrências, o produtor continuou com muita expectativa em relação a ovelha, pois queria ver se o caso aconteceria mais vezes. “Nas próximas vezes, sempre há uma expectativa e também muito zelo, pois sempre é necessário estar atento. Como já conhecemos a “forma”como ela fica a cada gestação, sabemos que nunca é apenas um ovino que ela está gestando”

Limberger ainda conta que deixa o animal separada das demais ovelhas, assim como faz com todas que estão prestes a parir. Então deixa de prontidão medicamentos necessários, devido à exaustão após os partos, ainda mais sucessivos e de quatro cordeiros.

“Aí começa a força tarefa, porque ela não consegue amamentar quatro filhotes e começam as mamadeiras.” conta Limberger, sobre o pós parto.

Apesar do caso raro e de muitas crias, a ovelha nunca apresentou complicações, tendo perdido apenas um dos cordeiros em um dos partos. O animal, contudo, já tinha saído morto.

Nome da ovelha

O mais curioso de todo o caso é que após as várias gestações o nome dado a ovelha foi de Dona Redonda. “Isso se deve pelo fato dela ficar uma bolinha a cada gravidez pela quantidade de filhotes.” diz o produtor rural.

Ovelha: Por que o caso é raro?

De acordo com o pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos Kleibe de Moraes Silva, o caso recorrente de partos múltiplos (principalmente quádruplos) não é um fato comum.

“O aparecimento de partos múltiplos em ovinos é comum, principalmente duplos. Partos triplos e, principalmente quádruplos, são menos comuns, principalmente quando não há indução de ovulação com monta natural. No rebanho de ovinos Santa Inês aqui na Embrapa Caprinos e Ovinos a prolificidade média anual tem variado de 1,17 a 1,43. Outras raças, consideradas as mais prolíficas, como a Romanov (Rússia) e a Finnshep (Finlândia), a prolificidade pode chegar a 2,86 e 2,8.”, diz Silva.

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Foto: Reprodução/Whatsapp

O pesquisador ainda diz que vários fatores podem influenciar na prolificidade das ovelhas. Entre os fatores, estão a raça, o estado nutricional, a idade e a ordem do parto da matriz.

“Em relação a raça, o que pode ter acontecido é que ela, provavelmente, passou por algum processo de seleção em que a característica prolificidade foi bastante valorizada. Quanto ao estado nutricional, as fêmeas bem alimentadas (escores de condição corporal entre 3 a 4) têm melhores condições de ovular e de nutrir os embriões formados“, diz Silva.

O pesquisador finaliza dizendo que a idade da matriz influencia bastante para que um caso assim ocorra. “As fêmeas adultas têm seu aparelho reprodutor fisiologicamente mais amadurecido e dessa maneira, apresenta melhores condições de ovulação, nutrição e manutenção dos embriões” destaca.

Sob supervisão de Luis Roberto Toledo*