Começaram os cálculos dos efeitos das geadas na semana passada sobre a região Sul . Com 18% das plantações de trigo em fase de maturação, o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) divulgou hoje uma piora na condição média das lavouras de trigo no estado.
Já no Rio Grande do Sul, os maiores prejuízos vêm sendo relatados por produtores de frutas. Os dados oficiais ainda estão sendo coletados na região da serra gaúcha, mas, a princípio, a indicação é de que as geadas afetaram principalmente produções de ameixas, pêssegos, e uvas.
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Prejuízo para o hortifrúti
Segundo a Emater do Rio Grande do Sul, entre os meses de maio e junho, houve um acúmulo de horas de frio acima da média. Contudo, nos meses seguintes, julho e agosto, o calor foi atípico para a região. A combinação dessas oscilações climáticas contribuíram para que algumas variedades antecipassem o desenvolvimento, ficando mais vulneráveis às geadas.
De acordo com o coordenador da área de fruticultura da Emater RS Enio Angelo Todeschini, as frutas, como o pêssego e a ameixa vão perdendo sua capacidade de fixação na planta por conta das geadas. Além disso, as frutas que não caem tem partes que são descartadas por ficarem com o caroço aberto e a polpa deformada e com isso perdem seu valor comercial.
“Esperamos que essa seja a última geada. Sabemos que até meados de setembro ainda tem chance de alguma frente fria ingressar e deixar os fruticultores bastante preocupados.”, diz Todeschini.
Geadas também afetam o trigo
No Paraná, o levantamento de estimativa de safra emitido nesta terça-feira pelo Deral indica que as geadas, que atingiram o Sul na semana passada, afetaram lavouras de trigo no estado.
Os primeiros relatos de danos são na região de Francisco Beltrão. Contudo, como as geadas tiveram várias intensidades, os técnicos devem avaliar melhor os impactos somente no mês de setembro.
De acordo com Carlos Hugo Godinho, engenheiro agrônomo do Deral, a princípio os danos devem se restringir um pouco mais a região de Francisco Beltrão.
“No levantamento deste ano, temos 80% das lavouras em condições boas contra 87% que nós tínhamos no levantamento passado. Estes 7% de diferença dão um indicativo de que há uma possível área que foi prejudicada. Temos de ver qual foi a intensidade desse prejuízo pra poder colocar no nosso levantamento de setembro., destaca Beltrão.