Em novembro do ano passado, a arroba do boi gordo subiu um pouco mais e chegou perto de R$ 120. Segundo a CNA, foi o melhor patamar em termos reais (ou seja, descontada a inflação) desde novembro de 1999, quando o preço da arroba alcançou R$ 101,89. Essa recuperação de preços ocorre dois anos depois da crise econômica mundial, que provocou queda nas exportações e afetou os preços da carne bovina no Brasil e no mundo, destaca a CNA.
A confederação indica que a alta dos preços do boi gordo reflete a crise que afetou o setor entre 2004 e 2007. Nesse período, ressalta a entidade, houve queda nas cotações da arroba e aumento dos custos de produção, em movimento que provocou a perda de rentabilidade e descapitalização dos pecuaristas. Uma das soluções encontradas pelo criador, naquela época, foi o aumento do abate de matrizes, o que atualmente se traduz na redução da oferta de animais para abate.
Conforme o material divulgado pela CNA, no ano passado a valorização do real frente ao dólar não impediu que as exportações de carne bovina in natura tivessem um bom desempenho, impulsionadas pelo aumento dos preços internacionais. As remessas do segmento somaram US$ 3,861 bilhões, o que representou crescimento de 27% sobre 2009. Em volume, no entanto, as vendas aumentaram apenas 2,7%, atingindo 951 mil toneladas. Já o preço médio das exportações subiu 24% ante 2009, alcançando US$ 4.058,91 por tonelada. Os principais destinos da carne bovina in natura brasileira, no ano passado, foram Rússia (26%), Irã (20%) e Egito (11%).
No estudo “Ativos da Pecuária de Corte”, a CNA ressalta, entretanto, que o custo da mão de obra foi um fator de forte pressão sobre os criadores no ano passado. Em janeiro de 2004, o gasto do pecuarista com a contratação de funcionários e serviços terceirizados representava 15,63% das despesas, mas esse índice subiu para 22,65% em dezembro de 2010 e já ocupa o segundo lugar no ranking dos gastos na criação de gado de corte.