Santa Catarina divulgou nesta semana a estimativa para a sua mais nova safra de verão. A previsão é de colher 6,63 milhões de toneladas de grãos em uma área total de 1 milhão e 45 mil hectares. Para os produtores rurais, a expectativa é de preços melhores para milho e soja.
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No caso do milho, a área plantada é de 320 mil hectares, 1,5% a menos em relação à temporada passada, quando foram semeados 326 mil hectares. Já o volume colhido deve ser maior, de 2 milhões 724 mil toneladas, alta de 49% frente à colheita frustrada do ciclo 21/22, que atingiu 1,829 milhão de toneladas.
A extensão da soja teve leve incremento de 1%, passando de 710 mil hectares para 715 mil. Os catarinenses esperam colher 2 milhões e 600 mil toneladas do grão, o que representa um acréscimo de 28% em relação ao ciclo anterior, que fechou em 2 milhões e 25 mil toneladas. A expectativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) para este ciclo é de retomada e rentabilidade para o produtor rural equilibrar o orçamento.
“Na safra passada nós plantamos com custo baixo e colhemos com custo alto. Então, o pouco que se colheu se pagou a conta, mas hoje nós estamos vivendo um período de soja, que os preços estão em níveis de um ano atrás, uma inflação que nós tivemos de custo em torno de no mínimo 60%, você teria que ter a soja acima de R$ 200,00 em relação ao ano passado pra poder fazer frente”, afirma Enori Barbieri, vice-presidente da Faesc. “Temos uma necessidade de colher aí em torno de quase 60 sacas por hectare, de 50 a 60 sacas por hectare de soja”, prossegue.
Expectativa do produtor em Santa Catarina
Numa propriedade em Xanxerê, no oeste catarinense, a área de milho foi reduzida em cerca de 10%. Isso por causa do impacto causado pela cigarrinha nas últimas temporadas. Mesmo assim, o produtor rural Vicente Moschetta Bortoluzzi fez altos investimentos para a safra de verão do cereal.
“Estamos começando a safra com expectativa alta, de alto investimento. Produtor que ficou no milho é de alto investimento assim sabe, aquele produtor de médio investimento de baixo investimento, praticamente saiu da cultura do milho. Então, quem insiste na cultura do milho é o produtor mais tecnificado, são áreas de alta fertilidade de alto investimento”, pontua o agricultor.
Empresa avalia a situação do milho em SC
Para a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o estreitamento na área do milho é preocupante, já que o Estado é cada vez mais dependente da importação do Paraguai para abastecer o sistema produtivo de proteína animal. O setor consome 7,5 milhões de toneladas do cereal, sendo que a produção dentro do país é de dois milhões e 700 mil toneladas. Com a alta nas exportações, a entidade também destaca a expectativa para o aumento dos preços até a colheita da primeira safra, no ano que vem.
“O agricultor espera realmente um preço melhor, está plantando numa condição apreensiva, com aumento de custo de produção, e baixou um pouco os preços desde o começo do ano”, afirma Haroldo Tavares Elias, analista de pesquisa da Epagri. “E o preço do mercado futuro já está indicando isso também, está indicando uma elevação de preço. Com exportações elevadas, o aumento do consumo do Brasil para produção de etanol, que vem aumentando sistematicamente.”