A Rússia suspendeu as restrições impostas a frigoríficos de carne bovina de Mato Grosso e Minas Gerais após casos atípicos de “vaca louca” em 2021. A retomada da compra de carne bovina mato-grossense e mineira foi informada por meio de comunicado do Serviço Federal de Vigilância Sanitária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor) do Ministério da Agricultura russo.
A Rússia vinha mantendo restrições sobre as exportações de carne bovina de frigoríficos dos dois estados desde setembro do ano passado.
O comunicado do Rosselkhoznadzor informou que “em conexão com a melhora no território brasileiro da situação epizoótica da encefalopatia espongiforme bovina, a partir de 21 de setembro de 2022, são canceladas as restrições temporárias anteriormente introduzidas”.
Além da carne desossada obtida de bovinos com mais de 30 meses de idade, foram liberados produtos como gado vivo, sangue e produtos contendo sangue de gado.
Na lista constam ainda liberações para carne com osso, miudezas de carne bovina, matérias-primas intestinais obtidas de bovinas (exceto tripas descascadas), carne bovina obtida de desossa mecânica, proteínas de bovinos transformadas destinadas à alimentação de animais de produção e alimentos para animais de produção (incluindo proteínas de bovinos transformadas, com exceção das proteínas do leite).
Suspensão das restrições comprova qualidade da carne
Para a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a retomada do mercado comprova a qualidade da carne mato-grossense. Além disso, significa um reconhecimento da sanidade do rebanho do estado.
Conforme o diretor-técnico da entidade, Francisco Manzi, apesar de demorada, a decisão só atesta o que havia sido informado ao país na época da imposição das restrições, a de que não há nenhum risco de contaminação da doença da “vaca louca” e que Mato Grosso preza pelas excelentes condições sanitárias dos seus animais.
“Em setembro do ano passado, nós tivemos dois casos de vaca louca atípica. Tanto a China, quanto a Rússia, fizeram um bloqueio das importações de carne. Cem dias depois a China retomou as compras e a Rússia manteve seus embargos, quando só aceitava animais de até 30 meses de idade. Agora, o país retorna comprando inclusive animais vivos e vísceras desses animais”, pontua Manzi.
O diretor-técnico da Acrimat lembra que países como Irã, Egito e Arábia Saudita, que tinham algum tipo de sanção, também suspenderam suas restrições. “Isso nada mais é do que um reconhecimento da sanidade e qualidade do nosso rebanho”.
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