O furacão Ian passou por Cuba e afetou 11 milhões de pessoas, deixando dois mortos na terça-feira (27). Agora, o Ian ganhou força e está a caminho da Flórida, nos Estados Unidos. Com categoria 4, os ventos estão na marca dos 220 quilômetros por hora, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) do país.
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O Ian ainda não tocou solo nos Estados Unidos, mas, desde terça-feira (27), moradores da costa do Golfo, na Flórida, fecham casas e seguem para áreas mais altas. A tormenta levará muita chuva e ventos fortes. Oito regiões do Estado receberam ordem para sair de locais vulneráveis:
- Charlotte;
- Hillsborough;
- Lee;
- Levy;
- Manatee;
- Pasco;
- Pinellas;
- Sarasota.
Segundo a Climatempo, a previsão é de ressacas violentas, com ondas que podem chegar aos quatro metros de altura em locais da costa oeste, além de ventos catastróficos. A região de Tampa, importante região citrícola, pode ser atingida pelo furacão Ian.
Impacto do furacão Ian na cotação do suco de laranja
A cotação do suco de laranja em Nova York terminou a terça-feira com alta de mais de 2% e se aproximou do maior nível em seis anos — apoiada pelos riscos da passagem do furacão Ian pela Flórida. O estado norte-americano deve começar a colheita da safra 22/23 logo mais, em outubro.
“Mas é preciso ter cautela” — Ibiapaba Netto
Segundo o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, os estoques de suco para essa safra estão mais ou menos no limite. Ou seja: dependendo dos prejuízos na Flórida, vamos ter problemas na oferta aqui no Brasil. “A gente sabe que se cria muita expectativa sobre a rota do furacão, o que deixa o mercado muito volátil, mas é preciso ter cautela”, explica ele.
Na safra passada, a produção de laranja já diminuiu 22% na Flórida, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As plantações sofreram com períodos de seca durante a fase de crescimento e com a propagação do greening, uma doença que deforma os frutos e prejudica a acidez.
Do fim de agosto ao início de setembro 2017, o furacão Irma, com categoria 5, passou bem em cima da Flórida, recuou e voltou novamente, provocando muitos prejuízos e um grande choque de oferta de laranja. As rajadas de vento chegaram a 285 quilômetros por hora e foram registradas 134 mortes.