A Companhia nacional de abastecimento (Conab), aliada à cooperativas e indústrias processadoras, realizou leilões em apoio à comercialização e ao escoamento de laranja no Rio Grande do Sul. O objetivo é garantir ao produtor gaúcho o preço mínimo estabelecido para a cultura. Para isso, foram destinados cerca de R$ 7 milhões, sendo que o limite de laranja por produtor rural é de, no máximo, 200 mil quilos, por aviso.
+ Governo abre consulta para mudar normas de combate ao greening
A realização de leilões para comercialização da laranja era solicitada pelo setor de citricutura desde maio, antes da fixação do preço minimo definido pelo governo federal para a fruta em todo o país — o que ocorreu em junho. O leilão é uma forma de assegurar que esse preço mínimo seja pago. O setor avalia, no entanto, que a medida veio tarde, quando grande parte da safra já foi escoada.
“Na época que passou a valer o preço mínimo, nós estávamos recebendo R$ 0,46 o quilo da fruta” — Leandro Rubini
“Ainda assim é muito importante para aqueles que conseguirem participar, mas, infelizmente, veio um pouco tarde”, avalia o presidente da cooperativa Coopsalzano, Leandro Rubini. “Mas é uma política muito importante. Isso porque o preço estava muito abaixo do preço mínimo. Na época que passou a valer o preço mínimo, nós estávamos recebendo R$ 0,46 o quilo da fruta e o preço mínimo era R$ 0,60 o quilo. Dessa forma, essa compensação para o produtor seria muito interessante”, complementa.
O Rio Grande do Sul é o quarto maior produtor de laranja do país, com cerca de 8 mil citricultores. Segundo a Secretaria da Agricultura, o estado tem 21 mil hectares de laranja e produção de 354 mil toneladas, exportando para mais de 22 países. E isso resultou em receita de quase US$ 10 milhões no ano passado.
Prêmios para produtores de laranja
Os leilões acontecem nas modalidades prêmio equalizador pago ao produtor rural (Pepro) e do prêmio para escoamento de produto (PEP). Já foram negociadas 700 toneladas na modalidade de Pepro e 70 toneladas no PEP. o limite de laranja por produtor rural é de, no máximo, 200 mil quilos, por aviso. Foram destinados cerca de R$ 7 milhões para as operações.
“Não é problema de falta de dinheiro para pagar essa subvenção, mas sim falta de produto na mão do produtor. Isso porque a maioria já entregou para a indústria e quando saiu a notícia dos leilões, o preço pago pela indústria melhorou um pouquinho para o produtor”, afirma o superintendente regional da Conab no Rio Grande do Sul, Carlos Bestetti. “Às vezes, ele faz a conta de toda aquela burocracia que se tem para participar de um leilão e ficar no compromisso de escoar. Aí, ele pensa se vale a pena ou não.”
A medida também visa manter os citricultores na atividade e não migrarem para as culturas de grãos.