Economia

Diesel e gasolina completam 10 dias de defasagem puxada pela Petrobras

Petrobras sofre pressão do governo para manter os preços congelados até o final do segundo turno

A defasagem entre os preços internos da gasolina e do diesel em relação ao mercado internacional já dura dez dias, segundo levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), puxada pela falta de reajustes da Petrobras nas refinarias.

A diferença em relação ao preço internacional vem sendo amenizada pela queda do petróleo e os leilões do Banco Central, que ajudam a reduzir a valorização global do dólar.

Há 47 dias sem reajuste, o preço da gasolina registra defasagem média de 5% nesta quarta-feira, sendo as maiores diferenças de preços observadas nos portos de Aratu, na Bahia, e Araucária, no Paraná, portos nos quais a diferença chega a 11%.

Para voltar à paridade, o reajuste médio no Brasil deveria ser de R$ 0,18 por litro, segundo a Abicom.

Já o diesel continua com uma defasagem maior, de 12% em média, depois de ter chegado a 16% no último dia 14.

O combustível sofre maior pressão pela chegada do inverno no hemisfério norte e a corrida da Europa para fazer estoques, ao mesmo tempo em que se aproxima a data de proibição de importações do combustível da Rússia.

É também um combustível mais importado do que a gasolina pelo Brasil. O diesel tem um déficit de cerca de 25% para abastecer o mercado interno, contra 3% da gasolina.

Para voltar à paridade, o aumento médio do diesel deveria ser de R$ 0,70 por litro nas refinarias, informa a associação, que não vê condições da importação concorrer com os preços praticados pela Petrobras.

A estatal sofre pressão do governo para manter os preços congelados até o final do segundo turno, com objetivo de favorecer a reeleição de Jair Bolsonaro.

Com exceção do mercado baiano, onde o diesel tem defasagem de apenas 1%, o preço do diesel está abaixo do negociado no Golfo do México em todos os portos que servem de referência para os importadores.

Em Itacoatiara a defasagem é de 14%, e em Itaqui, Suape, Paulínia e Araucária a defasagem.de 15%.

O aumento de preço nessas localidades deveria ser de R$ 0,89 por litro para voltar à paridade com os preços internacionais, avalia a Abicom.