Instabilidade política no Egito preocupa agronegócio brasileiro

País é um importante mercado para produtos como carnes e açúcarCom a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, após 30 anos no poder, a corrente comercial entre Egito e Brasil deverá voltar à normalidade, o que deve permitir a retomada dos embarques de carne para aquele mercado, avaliou nesta sexta, dia 11, o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

? Neste momento, as exportações brasileiras, principalmente de carne, estão suspensas, porque não se sabia o que iria acontecer. Espera-se que quem assuma [o governo] volte a manter o ritmo normal das nossas exportações e que o Brasil não saia prejudicado, porque o Egito é um grande importador de carne brasileira. É um dos principais mercados brasileiros ? disse Castro.

No ano passado, os embarques brasileiros para o Egito somaram US$ 1,967 bilhão, com importações de apenas US$ 169 milhões. Isso resultou em um superávit para o Brasil de US$ 1,799 bilhão. Para Castro, é um bom superávit. A carne bovina, acrescentou, lidera as exportações de proteína animal do Brasil para o mercado egípcio.

Para o vice-presidente da AEB, a renúncia de Mubarak abre expectativas positivas para o comércio externo do Brasil e para as empresas privadas nacionais que têm investimentos naquele país.

? A Marcopolo, a Randon, que têm unidades industriais no Egito, também suspenderam as operações. Então, o prejuízo não é apenas nas exportações, mas também no investimento brasileiro no exterior, que tinha um risco ? afirmou Castro.