Os recursos devem ser utilizados, este ano, na erradicação da praga, monitoramento, capacitação de profissionais, projetos de educação sanitária, implantação de planos de emergência e divulgação do programa.
? Em 2011, a meta é erradicarmos a praga na região sul do Amapá, e em Normandia, no estado de Roraima, além de manter o status sanitário do Pará como livre da mosca ? informa a coordenadora do Programa de Erradicação da Mosca-da-Carambola do Ministério da Agricultura, Maria Júlia Godoy.
Para alcançar esse objetivo, desde 1996 os técnicos do ministério desenvolvem medidas em parceria com os profissionais das Agências de Defesa Agropecuária estaduais. Em Roraima, após ter sido detectado um foco no município de Normandia, em 20 de dezembro de 2010, foi proibido o transporte e a comercialização de frutos hospedeiros dessa região. A medida foi publicada na Portaria N° 94/2010 e abrange o trânsito de Bonfim para outros municípios do estado e de Roraima para os outros 25 estados brasileiros.
No município de Normandia, após um mês de parceria entre o ministério e a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (ADERR) foram vistoriados 1.027 veículos e destruídos 5 mil kg de frutos na região.
? Nos últimos 17 dias não detectamos mais nenhuma mosca nesse município, o que demonstra que as nossas ações estão sendo efetivas ? informa Godoy.
Em janeiro deste ano, o número de armadilhas instaladas na região aumentou de 15 para 154. No país, são 4.015, sendo 2.788 no Amapá, onde o primeiro foco foi encontrado. Esse sistema de detecção da praga permite encontrá-la em território brasileiro de forma rápida para executar as ações de erradicação definidas pelo Ministério da Agricultura.
Segundo Júlia Godoy, depois de instalar as armadilhas nos municípios, caso seja encontrado um foco da praga, são realizadas medidas de controle como pulverização, técnica de destruição dos machos, coleta e enterro dos frutos. Para saber o resultado da ação, é feito o monitoramento diário nos locais considerados de alto risco.
? Temos núcleos de educação sanitária no Pará e Amapá. Em fevereiro, serão promovidos três cursos em Roraima para os agentes de saúde e professores dos municípios de Normandia, Bonfim, Boa Vista e representantes das aldeias indígenas da região ? acrescenta Godoy.
A expectativa do Ministério da Agricultura é ampliar o número de multiplicadores de educação sanitária no Pará e Amapá. Hoje, 514 pessoas executam esta ação.
? A ideia é que esses profissionais disseminem a importância de proibir o transporte de frutos hospedeiros e de erradicar a praga para o agronegócio brasileiro ? declara Godoy. Essas medidas contam com o apoio das prefeituras de Normandia e Bonfim.
Nos dias 25 e 26 de fevereiro, técnicos do Ministério da Agricultura reúnem-se com representantes dos governos da Guiana e Suriname, em Macapá, para traçar estratégias de controle da mosca nas regiões de fronteira.