Os futuros de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) fecharam em 206,20 cents por libra-peso na terça-feira (17) na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O valor está apenas 20 cents abaixo do recorde estabelecido em 2016, quando havia preocupações com a safra brasileira. No ano passado, o suco foi uma das commodities de melhor desempenho, tendo subido mais de 40% em NY.
A alta se deve à expectativa de que a safra de laranja da Flórida em 2022/23 seja a menor em quase 90 anos. O Estado, responsável pela maior parte das laranjas usadas na fabricação de suco nos Estados Unidos, foi castigado no ano passado por uma geada, dois furacões e pela doença conhecida como greening.
Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) cortou sua previsão para a safra da Flórida de 20 milhões para 18 milhões de caixas. A nova estimativa representa menos da metade da produção do ciclo anterior e uma queda de 93% em relação ao pico registrado em 1998. Além disso, o USDA disse que os frutos neste ano estão pequenos.
Nas quatro semanas encerradas em 31 de dezembro, os preços de suco de laranja no varejo dos EUA estabeleceram novo recorde de US$ 8,52 o galão, de acordo com dados da Nielsen fornecidos pelo Departamento de Citrus da Flórida. “É como ouro líquido”, disse a analista de commodities Judy Ganes. “Os preços altos se justificam, mas isso também limita a demanda.”
Outro problema é o greening, doença que provoca a queda prematura dos frutos e vem devastando os pomares da Flórida. Para o economista Tanner Ehmke, do CoBank, a perspectiva para o futuro da produção de laranja no Estado não é boa. “A tendência de longo prazo é que a produção continue diminuindo por causa do greening”, disse. Fonte: Dow Jones Newswires.
Por Estadão Conteúdo