A uva é de coloração escura e os seus bagos lembram uma jabuticaba, ressalta a viticultora Gema Signori. O marido, Odir Fantin, trouxe a primeira muda de parreira de Antônio Prado (RS) há seis anos.
Ele reproduziu a espécie e atualmente tem 600 pés, que devem garantir em torno de cinco toneladas nesta safra. A Moscato Bailey já representa um terço da colheita do agricultor, que tem um parreiral de 7 mil metros quadrados (0,7 hectare).
Entre as vantagens da nova variedade, explica Fantin, está a alta produtividade, entre 10% e 15% maior que outros tipos de uva que ele cultiva, como a Niágara e a Vênus. Alguns cachos chegam a pesar até 1,3 quilo. Além disso, a Moscato Bailey apresenta um sabor diferenciado, parecido com o do mirtilo, conhecido também como blueberry.
Uma tonelada da uva será destinada à fabricação de vinho. O restante é vendido para supermercados ao preço de R$ 2 o quilo, gerando uma receita bruta de R$ 30 mil.
A experiência com a uva deu tão certo que esta é a principal renda do casal hoje. Antes disso, Gema era costureira e cozinheira e o marido trabalhava como marceneiro.
Para ajudar na colheita, eles têm a companhia alegre da aposentada Carmelina Simioni, de 73 anos, que acha a atividade uma diversão. De vez em quando ela puxa uma música italiana, acompanhada por Gema e Fantin.
O extensionista da área de fruticultura da Epagri de Chapecó, Gilberto Barella, confirmou que a variedade é nova na região. As variedades mais tradicionais são a Isabel, Bordeaux, Concorde e Vênus.
Alternativa de renda
Mas há produtores que estão investindo em outras variedades: Malbec, Cabernet Sauvignon e Rainha Itália, entre outras. Barella observa que a produção de uva é uma boa alternativa de renda para o Oeste do Estado. O técnico da Epagri argumenta que há uma demanda grande tanto para a produção de uva de mesa quanto para a fabricação de vinho.
Outra alternativa é a produção de sucos, que podem ser comercializadas no Programa de Aquisição de Alimentos, do governo federal. Já existe uma indústria de sucos na região, com sede em Iraceminha, e projetos em Quilombo e Chapecó. Para isso, os agricultores terão que ampliar a produção.