A safra de soja está entrando na reta final, com a maioria dos estados brasileiros colhendo o grão. A equipe do projeto Soja Brasil esteve em Itapetininga, interior de São Paulo, para mostrar o cultivo da oleaginosa no município que se tornou um dos dez maiores produtores do estado.
A cidade fica a cerca de 170 km da capital paulista e viu um grande avanço produtivo nos últimos dez anos. Isso porque entre 2011 e 2021, houve incremento de 605% na área plantada e impressionantes 1513% na produção de soja por lá, conforme o último levanetamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com os representantes do Sindicato Rural de Itapetininga, a oleaginosa tem tido um papel fundamental na recuperação de áreas degradadas. Ao todo, o município conta com cerca de 200 produtores do grão.
“A soja está demonstrando uma grande capacidade de atuar [na lavoura], deixando resíduos para outros grãos, como milho, feijão, aveia e outros. Portanto é de suma importância para o município”, diz o presidente do Sindicato, Amauri Elias Xavier.
Pequenos e médios produtores
O diretor do Sindicato Rural, Silas Gehring Cardoso destaca que o aumento das exportações da soja trouxe incremento na produção em todo o Brasil. “Aqui em Itapetininga aconteceu a mesma coisa. É importante levarmos em consideração o perfil do produtor da região. Prevalece aqui o pequeno e o médio produtor que tem características diferenciadas em relação ao grande produtor”, considera.
Cardoso destaca que Itapetininga é o 3º maior município em extensão do estado de São Paulo e fica nas proximidades de Itapeva que, por sua vez, é o segundo em tamanho. “Temos uma proximidade com o maior centro consumidor da América Latina, que é a capital paulista, e proximidade com o Porto de Santos. Nossa região tem apresentado índices de produtividade superiores até de países da Europa e América do Norte, graças, principalmente, à tecnologia utilizada”, afirma.
Segundo ele, a grande extensão territorial dos municípios da região é outro fator decisivo para o cultivo da soja. “Muitos produtores daqui adotam um sistema que poderíamos chamar de híbrido, ou seja, plantam a soja e paralelamente se dedicam a outras culturas, porque a soja garante um retorno praticamente imediato dos recursos aplicados”.
Aumento de produtividade
O município de Itapetininga tem a vantagem de contar com a qualidade da malha rodoviária do entorno e proximidade com o porto, o que garante mais facilidade no escoamento da safra.
O produtor Celso Ventura plantou 1800 hectares com soja nesta safra 22/23, mesma área do último ciclo. Por outro lado, ele espera maior produtividade neste ano, acima das 80 sacas por hectare. Por enquanto, devido às oscilações dos preços, ele comercializou pouco menos de 5% de forma antecipada.
“Aqui em Itapetininga a soja começou há 12 anos e vem cada vez mais ganhando área. Área de pastagem que tinha muito gado, muitas leiterias, virou tudo lavoura de soja”, comenta. “Aqui na região o clima é muito bom, não falta chuva, a terra ajuda muito, sendo muito produtiva. E a logística é boa também, estamos muito perto de São Paulo, as estradas são bem boas para trabalhar”, finaliza.