Com a confirmação de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como doença da vaca louca, em Marabá (PA), o setor da pecuária ficou ainda mais em alerta com os desdobramentos da doença e aos eventuais impactos no mercado da carne. No Estúdio Rural desta semana, o diretor-técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, esclarece as diferenças entre o caso atípico e o clássico da doença, além de falar do mercado da carne mato-grossense.
A vaca louca atípica é individual e isolada, ou seja, ocorre geralmente em bovinos mais velhos, que espontaneamente desenvolvem uma proteína defeituosa que atinge o sistema nervoso central. Já o caso clássico está relacionado à ingestão de produtos de origem animal por bovinos contaminados.
“Nós estamos sempre atentos. Os animais quando chegam para o abate nos frigoríficos com serviço de inspeção seja ele municipal, estadual ou federal é feito um exame por médicos veterinários credenciados. Então, toda carne que é inspecionada no Brasil, o consumidor pode confiar ”, explica.
O serviço sanitário oficial no mercado da pecuária é destaque pela agilidade e por esclarecer informações aos produtores e aos consumidores. Manzi explica que doenças como essa e a febre aftosa são chamadas de “doenças de notificação obrigatória” e em todos os casos existentes, o risco no Brasil não mudou.
“A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), reconhece o Brasil como risco desprezível para esta doença”, explica.
Exportações ao mercado
Um ponto de preocupação que Manzi comenta é com relação às exportações para a indústria e para os produtores. No acordo feito entre Brasil e China no ano de 2015 ficou decidido, por uma questão de transparência, que em caso da doença o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) se antecipe e suspenda as exportações para o país.
“Como esse caso foi considerado atípico, agora está nas mãos do mercado chinês voltar às compras. Sob o ponto de vista sanitário estamos com todas as garantias e esperamos que isso volte em breve porque esse caso já impactou as ações”, comenta.
Acrimat em ação
Esse ano, o programa Acrimat em Ação que irá percorrer quatro rotas totalizando 30 municípios do estado, teve temas centralizados no que realmente importa para a pecuária e contou com a participação de Antônio Chaker, zootecnista e mestre em produção animal, e Maurício Piona, médico veterinário, mestre em produção animal e especialista em gestão agropecuária.
Manzi comentou que pelas palestras os três maiores patrimônios que o pecuarista tem são a sua fazenda, o conhecimento e as pessoas certas.
“Esses três pilares fazem com que o produtor busque conhecimento e o Acrimat em ação demora em torno de 60 dias para ser realizado, mas nós fazemos um questionário com os produtores para saber qual será o tema do próximo ano. Cada vento é um novo evento”, finaliza.
Novas realidades na pecuária
O diretor-técnico da Acrimat, comentou ainda sobre as adaptações que o pecuarista precisa fazer em 2023.
“O produtor precisa se adaptar às novas realidades sempre e também, aprender a criar oportunidades. É um momento ideal para profissionalização e ter mais na ponta do lápis quanto está o custo de produção do pecuarista. Esse é o momento de saber o que está caro, por quanto pode vender e esse será o desafio de 2023. Fazer as contas para saber quanto pode investir e aquilo que é imprescindível.
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