Café

Exportações de café do Brasil têm queda em março

No acumulado do ano safra 2022/23, as exportações de café chegaram a 27,756 milhões de sacas, gerando ingressos de US$ 6,384 bilhões

De acordo com relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as exportações brasileiras de café registraram queda em março em relação ao mesmo mês do ano anterior.

O volume total remetido ao exterior, somando café verde e industrializado, foi de 3,088 milhões de sacas de 60 kg, uma diminuição de 19% em comparação com março de 2022.

Em relação à receita, a queda foi de 26,4%, passando de US$ 909,2 milhões para US$ 669,5 milhões.

No acumulado do ano safra 2022/23, as exportações chegaram a 27,756 milhões de sacas, gerando ingressos de US$ 6,384 bilhões.

O desempenho mostra que os embarques no período entre julho de 2021 e março deste ano foram 9% menores em volume, mas a receita ainda é 7,2% maior devido aos altos preços do produto, vendido a uma média de US$ 230 por saca.

No primeiro trimestre de 2023, foram embarcadas 8,358 milhões de sacas, 22,8% menos que no mesmo período de 2022, gerando receita de US$ 1,796 bilhão, uma baixa de 27,5%.

O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, explica que a queda nos volumes exportados na comparação com o mesmo mês do ano anterior se dá principalmente pela falta de remanescentes da safra recorde de 2020 que poderiam ter compensado a perda das colheitas de 2021 e 2022, que foram afetadas pela longa estiagem e a maior geada dos últimos 27 anos.

No entanto, o diretor-geral da entidade, Marcos Matos, observa um crescimento em relação aos desempenhos apurados nos dois primeiros meses deste ano. Em março, o volume embarcado representou um aumento de 9% sobre janeiro e de 27% sobre fevereiro.

Ferreira destaca que a estrutura de mercado, com diferenciais mais estreitos em relação à Bolsa de Nova York para a safra atual, pode minimizar a queda de volumes embarcados no último trimestre da safra corrente.

Ele aponta ainda que a bolsa internacional vem apresentando um comportamento favorável em relação aos cafés canéforas, com constantes movimentos de alta, o que tem permitido que os diferenciais do Brasil estejam menos desalinhados no mercado.

Nos primeiros três meses de 2023, os Estados Unidos foram os principais compradores dos cafés do Brasil, adquirindo 1,553 milhão de sacas, uma diminuição de 26,6% em relação ao mesmo período de 2022. A Alemanha, com representatividade de 13,1%, importou 1,099 milhão de sacas.