A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) solicitou nesta quarta-feira (12) que autoridades federais e do estado de São Paulo iniciem uma investigação criminal e ações administrativas contra João Pedro Stédile, uma das principais lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).
De acordo com a FPA, o líder do MST anunciou uma “iminência de uma onda de crimes no país” em um vídeo no qual mencionou mobilizações em todos os estados, como marchas, vigílias e ocupações de terras.
A bancada pede a avaliação de “prisão preventiva ou utilização de monitoramento por tornozeleira eletrônica”, “busca a apreensão na sede do MST” e quebras de sigilo.
No documento, a FPA expressa preocupação com as “graves ameaças e incitações a crimes”.
Nesta semana, a coordenação nacional do MST voltou atrás e negou a intenção de realizar uma jornada de ocupação de terras durante o mês de abril, conhecida como “Abril Vermelho”, que marca o massacre de Eldorado do Carajás em 1996.
A fala aconteceu na terça-feira (11), um dia depois que João Pedro Stédile, também membro da direção nacional do movimento, anunciar em um vídeo que haverá invasões de terra em “todos os estados” do Brasil no mês de abril.
Neste ano, já foram registradas invasões de partidários do movimento em fazendas de Pernambuco e da Bahia.
“A nossa reivindicação é que sejam desapropriados, o mais urgente possível, os latifúndios improdutivos para resolver o problema das famílias acampadas e criar espaço para produção de alimentos saudáveis”, disse Stédile. Ele afirma que atualmente há 80 mil famílias em ocupações no país.