O preço da soja deve entrar em um ponto equilíbrio no mercado mundial diante o pós-pandemia e crises econômicas. Entretanto, tal patamar no Brasil, de acordo com especialistas, está abaixo do custo de produção, que em algumas localidades já registra a saca abaixo de R$ 150.
O desempenho da safra 2022/23 de soja e o mercado são alguns dos temas abordados desta quinta-feira (18) no programa Direto ao Ponto, que conta com a presença do diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Fabrício Morais Rosa.
A brasileira safra 2022/23 de soja, conforme ele, pode ser considerada uma “safra boa”, apesar das expectativas não terem sido atingidas, uma vez que em regiões, como o Rio Grande do Sul, registraram perdas em decorrência as condições climáticas.
“De maneira geral temos uma safra recorde, mas não do tamanho que se esperava. O que nós vemos é alguns produtores reclamando de queda do preço, que aconteceu durante o processamento da safra”, frisa o diretor-executivo da Aprosoja Brasil.
Conforme ele, além do câmbio, a chuva e o atraso da colheita, com represamento da soja dentro do Brasil, são fatores contribuintes para a saca ser encontrada hoje em algumas localidades abaixo de R$ 150.
Tendência é de equilíbrio no mercado da soja
A queda nos preços é uma preocupação, segundo Fabrício Rosa, vista tanto na soja quanto no milho. O diretor-executivo da Aprosoja Brasil pontua que ao se olhar para o panorama macroeconômico internacional a tendência é uma desvalorização do dólar, o que internamente para o Brasil é um “problema”.
“Olhando para a frente, a tendência é o mundo todo, pós-pandemia, crises e guerra, começar a estabilizar. Juros também. A tendência é voltar realmente para um equilíbrio abaixo de R$ 200. Não sei se mantém R$ 150, R$ 160. É desafiador para os produtores”.
Contudo, de acordo com Fabrício Rosa, ao mesmo tempo se tem observado recuo nos custos, especialmente nos fertilizantes, o que pode auxiliar a equilibrar as contas.
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