Agricultura

Cana-de-açúcar: avanço da colheita traz desafios no controle de pragas; tecnologia é aliada

Safra promissora impulsiona busca por soluções tecnológicas no controle de plantas daninhas

Com base nos dados da Conab, a colheita de cana-de-açúcar avança nas principais regiões produtoras do país. A projeção é de uma safra com crescimento de 4,4% em relação ao ciclo anterior, totalizando cerca de 640 milhões de toneladas.

No entanto, após a colheita, o controle de pragas se torna crucial para evitar perdas que podem comprometer a produção em até 100%. Nesse sentido, a tecnologia surge como uma aliada.

Monitoramento da cana e identificação de ervas daninhas

O tempo favorável tem facilitado a colheita da cana-de-açúcar em propriedades no interior de São Paulo. Após a passagem das máquinas, é chegada a hora de adubar e cuidar do manejo fitossanitário. A maioria dos produtores opta pelo uso de herbicidas pré-emergentes, devido ao seu efeito residual.

Christian Menegatti, gerente de marketing da FMC Agrícola, destaca a importância de escolher produtos que tenham fácil penetração no solo, garantindo que atinjam as ervas daninhas.

Além disso, ressalta a necessidade de ampla cobertura de diferentes tipos de ervas, uma vez que as lavouras de cana-de-açúcar possuem uma diversidade considerável dessas plantas indesejadas.

O manejo inadequado nesta safra pode gerar complicações e demandar esforços dobrados na próxima.

Tecnologia otimiza manejo e reduz uso de defensivos

Após os tratos culturais iniciais, é imprescindível monitorar a lavoura durante todo o ciclo de crescimento. Nesse contexto, a tecnologia se mostra uma aliada poderosa. Um avião equipado com câmeras fotográficas de alta resolução sobrevoa a plantação, identificando os tipos de ervas daninhas presentes na área.

Mais de 70 espécies já foram identificadas até o momento, com um banco de dados de mais de 200 milhões de imagens em todo o mundo, sendo 40% delas provenientes de lavouras brasileiras.

Por meio de um sistema de inteligência artificial, a plataforma analisa as imagens e identifica a variedade da erva daninha e o nível de infestação. Esse mapeamento preciso permite a redução do uso de defensivos agrícolas na lavoura.

Quintino, da Raízen, ressalta que as perdas de produtividade podem variar de 30% a 100% devido ao surgimento de plantas daninhas persistentes, como mamonas e mucunas.

Ele destaca que o uso dessas novas tecnologias proporciona uma tomada de decisão mais ágil e eficiente, visando à sustentabilidade do negócio, aumento da produtividade, seletividade para a cultura e preservação do meio ambiente.

Investir em tecnologia é a estratégia adotada pelos produtores de cana-de-açúcar, com o intuito de obter uma colheita mais eficiente e reduzir custos. Com diagnósticos realizados em três semanas, ao invés de três meses, a otimização proporcionada pela tecnologia se mostra promissora.

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