Seguro de renda pode cobrir receita estimada pelo produtor rural

Para não ficar vulnerável às variações de mercado, agricultor está deixando de lado o contrato de opçãoO produtor rural não tem saída, convive sempre com um preço de mercado que pode subir ou descer de acordo com diversos fatores. O mecanismo de defesa usado desde a década de setenta é o já conhecido "contrato de opção", onde ele compra uma opção de venda, adquire o direito de vender a mercadoria no futuro por um valor chamado "preço de exercício".   ? O produtor está plantado agora a safrinha de milho, ele sabe qual foi o preço de mercado ontem, qual é o preço de mercado hoje, mas ele não sabe q

? A principal vantagem é que um dos riscos a que fica exposto, o preço acaba transferindo para o mercado segurado, ele já não fica preocupado se vai colher e conseguir vender a soja a preço razoável, mas tem uma cobertura que combine as duas, pode planejar a campanha e os investimentos porque sabe que no final da safra ele vai conseguir pagar o financiamento que teve do banco.
 
Por enquanto, a título de experiência, a seguradora está trabalhando com dez apólices, todas no Paraná e para a cultura da soja. Um dos produtores que aderiu ao novo serviço mora em Mambore, interior do Estado. Ele usou o seguro em 200 hectares, produtividade média de 52 sacas por hectare a um preço de 43 reais a saca. Uma receita esperada de 2.236 reais por hectare. Deste valor, R$ 1.565 estão segurados, o equivalente a 75%.
 
? Eu já fazia seguro antes, mas o problema é que a produtividade avaliada era a média do município. Agora esta nova modalidade avalia especificamente a produtividade dele ? afirma o agricultor Wilson Menim.
 
Até o ano que vem, a seguradora espera aumentar para trezentos o número de clientes e num segundo momento ampliar o seguro para outras culturas. O advogado Antônio Penteado Mendonça, especialista em seguro rural, afirma que o novo produto pode dar certo, mas é preciso ir com calma e ter cuidado. Cautela principalmente para o pequeno produtor.
 
? O pequeno produtor que não é cooperativado não deve aderir porque é sofisticado, você é um produto para grandes produtores rurais com estruturas administrativas e para cooperativas ? diz.

? A médio prazo, para cooperativas, tem tudo para dar certo. Porque o pequeno cooperado através da cooperativa vai ter garantido uma receita que ele acha razoável e que vai permitir que ele faça o planejamento do negócio para o ano seguinte. Ele vai saber quanto gastou e quanto tem no mínimo de receita garantido. Permite ao produtor um desenho mais exato dos custos e das receitas de qual será a margem que ele terá. Tem que ser trabalhado com muita cautela e o pequeno produtor só acessar através de uma cooperativa ? finaliza.