Depois de um período de altas consecutivas nos primeiros quatro meses do ano, os preços do leite cru sinalizam uma queda. O comportamento incomum dos preços em 2023 se deve à safra pouco expressiva, o que resultou em oferta limitada e, consequentemente, valorização das cotações. No acumulado do ano, os preços subiram 11,8%, atingindo R$ 2,8961 por litro em abril, o que representa um aumento de 9,3% em relação ao mesmo período do ano passado, considerando a correção pela inflação.
No entanto, a tendência de alta dos preços deve se encerrar no terceiro quadrimestre, o que é incomum para o setor, uma vez que historicamente esse período é marcado por elevação das cotações devido à queda sazonal na produção.
Em maio, os preços sofreram uma queda devido à pressão dos produtos importados e ao fraco consumo interno. Segundo relatos de colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a concorrência entre os laticínios na venda de derivados para os canais de distribuição aumentou significativamente nesse período.
As importações de lácteos tiveram um aumento de 43% em maio, em comparação ao mês anterior, totalizando 208,8 milhões de litros em equivalente leite. Esse volume é três vezes maior do que o adquirido em maio de 2022. No acumulado do ano, as compras externas somam quase 878 milhões de litros, um aumento de 213,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, o custo operacional efetivo da pecuária leiteira registrou uma queda de 2,31% entre abril e maio, considerando a média dos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Esse movimento foi impulsionado pela desvalorização de alguns dos principais insumos que influenciam os custos de produção, como concentrados, adubos e corretivos.
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