O Plano Safra 2023/24 teve início no último sábado (1º), com a oferta de mais de R$ 430 bilhões para os setores da agricultura familiar e empresarial. Embora os recursos tenham sido aumentados, o segmento afirma que ainda existem pontos que precisam ser esclarecidos.
Para aprofundar essa questão, o Mercado e Companhia entrevistou o presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA), Renato Buranello. O presidente abordou aspectos relevantes relacionados ao novo Plano Safra e suas perspectivas para o setor.
Lacunas
“Acho que um dos principais pontos que têm sido discutidos no mercado, algo que vimos um alinhamento nessas questões, é o seguro. Não ter vindo uma orientação clara com relação ao programa do seguro rural, com subvenções, valores… Isso gerou uma certa perplexidade”, afirmou Buranello.
E ele prosseguiu: “aumentar o volume de recursos, mas havendo também uma burocracia… a questão dos limites que são insuficientes causam preocupação”. “Sendo sincero, com a taxa Selic alta, acho difícil que isso pudesse ser muito diferente”, ponderou o presidente do IBDA.
Agricultura empresarial e familiar
“Há um eco nessa questão dessa divisão. Muitos vão dizer que o agro é um só, e ele é mesmo. A gente faz análises entre as cadeias agroindustriais e não pode haver separação entre pequeno, médio e grande”, disse. Contudo, o entrevistado garantiu ter gostado da forma como o recurso foi separado. “Como há premissas com diferenças para formação de estratégias, não vejo problemas nisso. Foi bem conduzida a forma como houve essa divisão”, avaliou.
Inoperância dos estados
“A falta de análise do CAR [Cadastro Ambiental Rural] pode gerar uma barreira, pode impedir o acesso ao recurso. Acho que a gente vai precisar pensar no CAR de uma maneira nacional e criando novos conceitos”, sugeriu Buranello.
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