Os preços do trigo na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) encerraram com forte alta nesta quarta-feira (19).
O movimento foi impulsionados pelo agravamento da guerra na Ucrânia.
A escalada do conflito trouxe incertezas, fazendo com que as cotações atingissem o limite máximo da sessão pela primeira vez desde o início da guerra.
Os recentes bombardeios russos a infraestruturas portuárias ucranianas, incluindo depósitos de grãos, levaram à destruição de mais de 60 mil toneladas de grãos.
Além disso, a ameaça do ministério da defesa da Rússia de considerar todas as embarcações com destino à Ucrânia como potenciais cargas militares também impactou negativamente o transporte de grãos e influenciou os preços.
No fechamento, os contratos com entrega em setembro foram cotados a US$ 6,70 3/4 por bushel, um aumento de 17,00 centavos de dólar, ou 2,6%, em relação ao fechamento anterior.
Já os contratos com entrega em dezembro foram negociados a US$ 6,90 1/2 por bushel, com ganho de 16,75 centavos, ou 2,48%, em relação ao fechamento anterior.
Segundo o presidente da Associação Brasileira Indústria Trigo (Abitrigo), Rubens Barbosa, a volatilidade no mercado vai continuar durante a guerra.
“Nos primeiros dias, a reação foi muito pequena. Agora, com esses ataques, houve essa mudança. Enquanto a guerra continuar vai haver oscilação”, disse.
Segundo Barbosa, no mercado internacional, um possível redução na oferta do trigo ucraniano não afetará o abastecimento mundial.
“Outros países produtores são suficientes para atender os mercados. Em termos de equilíbrio de oferta e demanda, a produção até aqui não justifica o aumento”, afirmou.
