Novo sistema promete uso menor de água e energia nas lavouras de arroz

Primeiros resultados mostraram redução de até 70%Ainda em fase experimental, um projeto está chamando a atenção de produtores de arroz na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Um sistema de controle de lâmina de água promete reduzir o uso de água e energia elétrica das lavouras. Os primeiros resultados, provenientes de 45 dias de pesquisas, mostraram redução de até 70% em algumas áreas.

Apresentada para produtores nesta semana em um dia de campo de uma empresa de consultoria agronômica em Uruguaiana, a pesquisa está sendo feita em uma área de lavoura dividida em quatro partes (medindo 10mx20m cada). Para todas as áreas, o processo de comunicação entre a lavoura e o sistema computadorizado de controle das bombas de água é o mesmo.

Responsável pela área agronômica do projeto, a professora da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) Luciana Kopp explica que sensores ultrassônicos na lavoura identificam o nível de água em cada uma das partes e, via wireless, os dados são enviados para o sistema de controle, localizado em uma cabine ao lado da lavoura, que codifica as informações e adequa o volume de cada parte.

? Os arrozeiros trabalham com uma lâmina de água de sete centímetros. Aqui, temos uma parte com sete, outra com uma média de três centímetros, outra que mantém apenas o solo úmido e uma quarta com o arroz banhado. Semana que vem, iremos comparar os grãos em laboratório, mas a olho nu a lavoura com o solo apenas úmido tem o grão tão bem formado quanto o da lavoura tradicional. Nesta comparação que verificamos 70% de economia ? acrescenta.

Luciana acrescenta que o projeto, que ainda deve se estender por 24 meses, somente na safra 2011/2012 fará comparativos de produtividade entre as lavouras.

Agrônomo do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em Uruguaiana, Gustavo Hernandes comenta que a pesquisa é promissora, mas alerta:

? É preciso ter cuidados redobrados com plantas invasoras, mais propícias a aparecer nestas condições ? afirma.

O projeto é da AES SUL, com recursos do Programa de Eficiência Energética da Agencia Nacional de Energia Elétrica (R$ 250 mil), conduzido pela Unipampa.