Em 2004, os navios, endereçados à Senegal e Holanda, partiram do complexo Termasa-Tergrasa. Ao observar a crescente conquista de mercados, em especial a partir de 2007, a direção do terminal ergue quatro silos verticais, com 5 mil toneladas de capacidade cada, exclusivos para o arroz.
? Como o pico da safra do arroz coincide com o da soja (abril e maio), vamos criar este espaço. Queremos ofertar 110 mil toneladas ao arroz ? explica Guillermo Dawson, diretor do complexo.
A Termasa-Tergrasa aposta na vocação exportadora do Estado, responsável por 64% da produção brasileira do cereal, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Do cais, o grão parte a granel ou em contêineres, ensacados. Chega aos Estados Unidos, América Central, Ásia e Europa. No entanto, o principal consumidor é a África, destino de 78% do arroz nacional, aponta levantamento da empresa de consultoria Agrotendências.
? No último ano comercial (de março de 2010 a janeiro de 2011), o Brasil exportou arroz para 62 países. O dado mostra que, embora recente, pois há sete anos as vendas não passavam de 50 mil toneladas, a participação do arroz brasileiro é uma realidade sólida ? frisa Tiago Sarmento Barata, analista de mercado da Agrotendências.
Para os próximos anos, apesar da influência do humor do câmbio, as exportações devem continuar favoráveis, com a demanda africana em alta e um maior interesse do Oriente Médio. O cenário anima quem busca ampliar o espaço no mercado externo, como Fernando Estima, diretor da Ei-LOG, corretora pelotense associada à Bolsa Continental de Mercadorias.
? O Estado tem condições de exportar 10% do que produz. Além de garantir ganhos na venda, diminui a oferta no mercado interno e ajuda a melhorar o preço da saca. Basta trabalhar ? confia Estima.
Esses 10% corresponderiam a 800 mil toneladas em 2011, conforme a previsão da Conab. Volume quase duas vezes superior ao que deve passar por Rio Grande. Para aproveitar tal potencial, a corretora investe no cereal beneficiado. Em contêineres, dentro de sacos, exporta o arroz em embalagens bilíngues de um, cinco e 10 quilos. Estratégia que assegurou vendas para países como Canadá, Estados Unidos, Libéria e Argentina.