A sinalização da continuidade no processo de queda da taxa de juros é mais importante do que o corte de 0,5 ponto percentual (p.p.) anunciado nesta semana pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), na avaliação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Após cumprir agenda em Taubaté, no interior paulista, ele comentou que o tripé fundamental de juros, impostos e câmbio está trazendo boas notícias para o país.
Para Alckmin, um câmbio variando entre R$ 4,80 e R$ 5 é competitivo e permite “exportar bastante”. Já a reforma tributária em curso no Congresso trará simplificação e redução do custo Brasil. Por isso, a sinalização de continuidade de queda dos juros é mais importante.
“Os juros estão elevadíssimos, 13,25% ainda é alto, porque a inflação é 3,1%, então você tem os juros reais de mais de 10%. Mas importante foi a linha de queda. Mais importante que o 0,5 p.p. que caiu é a sinalização que vai continuar caindo”, afirmou neste domingo.
Na última quarta-feira, 2, o Copom iniciou o processo de afrouxamento da taxa Selic com um corte mais agressivo, de 0,50 p.p., de 13,75% para 13,25% ao ano. A decisão pelo corte foi dividida: foram cinco votos favoráveis à redução de 0,50 p.p., incluindo o de Roberto Campos Neto, presidente do BC, contra quatro votos para um corte de 0.25 p.p..
O ponto frisado por Alckmin foi a sinalização, unânime, para a continuidade de cortes na taxa de juros neste mesmo nível. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, disse o Copom no comunicado divulgado após a reunião.