O Rio Grande do Sul passou a reforçar as ações de controle da tuberculose e brucelose, duas doenças que, apesar dos esforços, ainda são crescentes no Brasil. O caso foi debatido em Esteio, durante a Fenasul.
Combater essas doenças ainda é um desafio para autoridades sanitárias e pecuaristas. A brucelose é encontrada em quatro de cada 100 propriedades com rebanho de corte no Rio Grande do Sul. Já a tuberculose incide em duas a cada 100 propriedades com gado leiteiro.
“Nós temos mais tuberculose associada ao gado de leite principalmente nas regiões onde tem maior concentração. A Brucelose tem maior prevalência nas áreas onde estão os animais de corte”, conta a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose e Brucelose, Ana Cláudia Groff.
A coordenadora do programa de controle da brucelose e tuberculose no estado garante que a melhor forma de evitar a circulação do vírus é redobrar atenção com a sanidade.
“A medida mais importante é comprar sempre animais testados, porque a principal forma de entrada da doença na propriedade é através da aquisição de animais infectados”, analisa.
O Rio Grande do Sul apresenta mais casos de tuberculose em relação aos outros estados, justamente porque tem um bom volume de rebanho leiteiro. Segundo a secretaria de agricultura, aproximadamente dois mil animais são sacrificados ao ano em decorrência da doença.
“Ela diminui até 20% da produção de leite, outro aspecto importante é que esse animal positivo ele tem que ser sacrificado, então se perde às vezes aquele investimento em genética, às vezes sacrificar um animal de alto valor zootécnico, por exemplo, tu tá perdendo aquela… o investimento em genética também”, conta.
Em outubro de 2016, o Ministério da Agricultura fez mudanças no regulamento técnico do Programa Nacional de Controle de Erradicação da Brucelose e Tuberculose para intensificar o combate. Atualmente, médicos veterinários habilitados pelo Ministério no Rio Grande do Sul receberam uma atualização sobre as alterações.
O coordenador do programa, Rodrigo Teixeira, afirma que novas mudanças devem acontecer.
“Ainda esperamos uma nova mudança para complementar em alguns pontos que ficaram faltantes, tipo a classificação das unidades federativas quanto ao risco. Eu não tenho previsão de data, sabemos que Brasília tem trabalhado com isso, mas depende deles”, aponta.