Atualmente, 70% da área plantada de 1,15 milhão de hectares no Estado é de terras arrendadas. A expectativa é de que nos próximos dias seja formado um grupo de trabalho integrado por diversos setores do governo estadual para estudo do projeto.
Apesar de o assunto não estar oficialmente na pauta da 21ª Abertura da Colheita do Arroz, que começa nesta quinta, dia 24, em Camaquã, o empenho do governo em relação ao assunto é visto com alento pelos produtores.
A necessidade de criar um programa específico auxiliando esses produtores a adquirir as terras arrendadas foi constatada na campanha eleitoral do atual governador Tarso Genro. Segundo o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, ainda não há uma data específica para o programa ser lançado. Os estudos das necessidades e as intervenções com as possíveis agências financiadoras devem ocorrer em março.
Quem arrenda as terras para cultivar o grão aguarda ansioso pelas oportunidades de financiamento. Dos 1,4 mil hectares plantados pelo produtor Werner Arns, de Uruguaiana, na Fronteira Oeste, 70% são arrendados:
? Quando a safra é boa e os preços são bons, vamos adquirindo mais um pedaço de terra, para nos manter na atividade. Estamos aguardando qual será o programa do governo, avaliar as taxas, ver se iremos nos enquadrar ? afirma o arrozeiro.
Para o presidente da Federarroz, Renato Rocha, esse incentivo é um sonho histórico. O dirigente explica que o arrendamento de terras encarece o custo de produção do grão. Se o produtor conseguir adquirir as terras, poderá investir em novas tecnologias e armazenagem, o que baixaria, em longo prazo, o custo do produto.
Outra novidade veio de Brasília. O primeiro leilão de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) ficou para o dia 3 de março. E o segundo leilão ? ainda sem data definida ? deve apresentar premiação especial para produtores da Fronteira Oeste e Campanha, mais distantes do porto de Rio Grande.
? E há expectativa de que o governo federal libere mais recursos para aquisição do grão ? acrescentou Rocha.