O produtor rural Kazushi Tasato planta salsa em oito hectares no município de Mogi das Cruzes (SP) e colhe 300 maços por semana, porém já calcula ter perdido 25% da plantação.
? Se continuar chovendo muito a tendência é ter mais prejuízo ainda ? afirma Tasato.
As plantações estão apresentando hortaliças amareladas, sem condições de serem colhidas. Em Santo André (SP), onde acontece uma feira permanente com produtos que vem direto do campo, podem ser constados os estragos do excesso de chuva. O engenheiro agrônomo da Prefeitura, Fábio de Benedetto, diz que as folhosas, salsinha e alface, foram as mais afetadas. O preço da caixa no atacado chegou a dobrar nos últimos dias.
? Uma caixa de alface com 24 pés que na primavera custa em torno de R$ 12, chega a custar R$ 25 numa época de muita chuva ? analisa Benedetto.
No comércio, o prejuízo na lavoura aparece no preço e na qualidade dos produtos à disposição dos consumidores. A dona de casa Mariza Garcia, compra hortaliças toda semana, e disse ter percebido a diferença na qualidade.
? A gente sentia que tinha repositor arrancando, arrumando, um pouquinho a alface, tirando algumas coisas estragadas, mas o preço não baixava ? diz.
O produtor e vice-presidente da Associação de Produtores, Josemir Moraes, mudou a plantação de um ano pra cá, deixou de trabalhar com alface, beterraba, cenoura e iniciou a plantação de cebolinha pois considera ser mais resistente. Segundo ele, quem está plantando alface, beterraba e agrião está correndo mais risco.
? Teve gente aqui que perdeu tudo no mês passado por causa da chuva. Por experiência própria, que esta pessoa não está tendo bons lucros na safra dele ? explica.
Os funcionários do produtor trabalham entre os intervalos de chuva, aproveitando para preparar os canteiros.
? Se eu vacilar, posso ficar até uma semana sem fazer este plantio. Isso acaba me desprogramando uma semana de colheita ? justifica.