A nova versão do plano não traz alterações significativas em relação ao documento que já estava disponível no site do Independência. Entre as mudanças, o texto aprovado estabelece o prazo máximo de 30 dias, contados a partir da data da homologação da modificação do plano, para a publicação de um edital do leilão dos ativos do frigorífico. A partir da data de homologação, e num prazo máximo de 90 dias, uma nova assembleia de credores deverá acontecer.
A cláusula que mais preocupava os pecuaristas foi removida. Ela previa que, se não houvesse o leilão judicial de todo o bloco de ativos, o Independência poderia alienar judicialmente, individualmente ou em grupo, cada uma das unidades. A forma como os ativos serão vendidos, em bloco ou separadamente, será decidida na próxima assembleia, quando as propostas dos eventuais compradores forem abertas.
No total, serão leiloadas três plantas industriais, sendo uma em Nova Andradina e uma Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, e outra em Senador Canedo, Goiás, além de um curtume (Nova Andradina), dois armazéns (Santos e Barueri, no Estado de São Paulo) e quatro terrenos espalhados em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Os imóveis estão avaliados em R$ 270 milhões. Há também equipamentos que entrarão no leilão e que valem cerca de R$ 500 milhões, de acordo com uma fonte próxima ao processo. Segundo o advogado do Independência, Giuliano Colombo, o valor dos ativos que será considerado no leilão será o mais conservador.
A assembleia de credores foi iniciada às 10 horas e interrompida por duas vezes para que os advogados dos credores avaliassem as modificações realizadas na nova proposta. Uma das interrupções se estendeu por mais de quatro horas, o que fez alguns representantes de credores abandonarem a assembleia.
? Não houve modificações materiais, de cláusula que tratassem de direitos. Houve apenas alterações de nomenclaturas na maior parte ? disse Colombo.
Foi mantido o item que determina que os interessados que participarem do leilão terão de fazer um aporte mínimo de R$ 150 milhões em uma nova companhia que deterá os ativos e assumirá as dívidas do Independência. Os pagamentos aos pecuaristas e fornecedores terão de ser feitos de forma integral, como estabelecido no plano original. De um total de 24 parcelas, foram pagas até o momento apenas seis.
A assembleia desta quinta, dia 3, foi decisiva para o futuro da companhia. Caso a proposta fosse rejeitada, o Independência poderia ser liquidado judicialmente.