Para garantir o alimento na seca, o extensionista local da Emater-MG, Virgílio Rocha, indica a silagem. A técnica consiste em picar o milho e, por fim, compactá-lo e armazená-lo em silos de trincheira. Já para facilitar a transferência de embriões, por exemplo, o técnico ensina diminuir a proporção de proteínas do alimento.
? Isso diminui a produção de leite e os gastos de energia do animal, o que facilita na coleta de embriões ? explica.
Segundo Virgílio, essa é a técnica que está sendo adotada com a cabra Ana Bela. A femea é considerada recordista mundial na produção de leite. Ela atingiu a marca de quase 12 litros em uma ordenha realizada no torneio de leite da última Exposição Agropecuária, Comercial e Industrial de Muriaé (MG).
A produtividade da cabra vem entusiasmando os caprinocultores, Arlindo Silva e Charles Oliveira. Proprietários do animal, eles decidiram investir no aprimoramento genético do rebanho e iniciaram, nesta semana, o implante de embriões da campeã em outras 15 fêmeas do capril. A expectativa agora é gerar descendentes tão produtivas quanto a mãe. Segundo o criador Arlindo, Ana Bela é da raça Saanen, tem dois anos e meio e é filha do bode Kairo, de linhagem selecionada.
? Eu já sabia da boa genética do animal, uma vez que ele foi gerado a partir de amostras de sêmen vindas da França. Por isso resolvi adquirir uma cria dele ? diz.
Além de Ana Bela, o Capril da Prata mantém 67 cabras (entre filhotes, novilhas e adultas) e três bodes. A média diária de produção de leite no capril é de 80 litros. Toda a produção é destinada à Associação dos Produtores de Patrocínio do Muriaé (Aprupam), que faz o intermédio entre o produtor e o comprador. A Aprupam recolhe o leite de todos os associados da região (Patrocínio do Muriaé, Eugenópolis, Barão do Monte Alto e Muriaé) e envia para uma indústria de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro. O produtor associado fatura, em média, R$ 1,22 por cada litro de leite.