A pesquisa mostra que a mudança do sistema de corte de base da cana, feito com lâminas retangulares e com corte por impacto, utilizado normalmente, para o sistema desenvolvido pelo IAC, com lâminas serrilhadas e corte por deslizamento, reduz também o ataque de fungos e doenças às soqueiras e diminui a deterioração da cana que chega para as usinas. Esse tipo de lâmina, aliado com o corte, é um estudo inédito no Brasil.
No estudo, depois de colher toda a cana, as soqueiras foram classificadas entre intactas, semi-abaladas, abaladas e arrancadas. No modo convencional, apenas 54,3% das soqueiras se mantinham intactas, enquanto que pelo sistema IAC o índice chega a 71,5%, um ganho de 31,7%. Segundo o pesquisador Roberto da Cunha Mello, os cortadores de base que vêm sendo utilizados, além de causar alto volume de perdas de cana, provocam redução na produtividade potencial devido aos danos causados na soqueira.
Atualmente, a cana-de-açúcar consegue ter entre cinco e seis rebrotas, graças às pesquisas com melhoramento genético.
? Não adianta desenvolver uma variedade de cana perfeita se não gerarmos um ambiente externo adequado. O manejo equivocado reduz a expressão das características genéticas. A quantidade de rebrota da cana dobrou nos últimos 40 anos por conta do uso de pacotes tecnológicos e a colheita é uma das características que influenciam no bom resultado de uma variedade ? explica o pesquisador Marcos Guimarães de Andrade Landell, responsável pelo Programa Cana IAC.
A colheita mecanizada da cana-de-açúcar possui a vantagem de ser mais rápida e ter melhores condições de trabalho que a colheita manual. Porém, as perdas causadas pela mecanização chegam a 15%, enquanto esse percentual é de apenas 5% no processo manual.