? O mercado ainda é pequeno, mas é uma chance de agregar valor ao grão. As pessoas se interessam mais por ele. Isso se deve ao marketing e à internacionalização dos hábitos alimentares ? diz o analista da Agrotendências Tiago Barata.
Diretor da Risoy corretora de mercadorias, Alexandre Selk, que também importa grãos diferenciados de Europa e Mercosul, confirma a tendência, principalmente em São Paulo. Uma das maiores beneficiadores de arroz do país, a Josapar diversifica na área: lançou este ano o arroz yakimeshi, especial para pratos orientais. A empresa investiu ainda R$ 88 milhões no lançamento de um arroz com 100% de grãos nobres, com produção de 360 mil toneladas por ano.
Na mesma linha, a Pitangueira, de Itaqui, no Rio Grande do Sul, colocou no mercado o único arroz com selo ambiental da Embrapa, o Dorais ? 100% livre de agrotóxicos e 100% inteiro:
? É um mercado a se explorar. Ainda enfrentamos dificuldade de inserção pelo preço diferenciado, mais caro que o comum. Mas a tendência é superarmos esta barreira ? diz a diretora da empresa, Fabiola Lopes.
Produtor em São Borja (RS), Benvindo Ferreira Neto planta cerca de 20 hectares de arroz preto e aromático. Ainda é pouco, mas pretende ampliar a produção:
? Acredito na potencialidade desses grãos. Pretendo parar de produzir o arroz branco porque o custo/benefício não está compensando. Mas vou seguir plantando grãos diferenciados.