Consumo de arroz especial ainda é baixo no país

Mercado em expansão é chance para produtor agregar valor ao grãoTipos exóticos de arroz vêm ganhando o gosto do consumidor com poder aquisitivo mais alto no país. Tanto a produção quanto o consumo e o beneficiamento desses grãos, porém, ainda são modestos no país. Dos cerca de 74 quilos de arroz por ano consumidos por habitante no país, menos de 1% são grãos diferenciados, produto que chega ao consumidor até 100% mais caro do que o comum.

? O mercado ainda é pequeno, mas é uma chance de agregar valor ao grão. As pessoas se interessam mais por ele. Isso se deve ao marketing e à internacionalização dos hábitos alimentares ? diz o analista da Agrotendências Tiago Barata.

Diretor da Risoy corretora de mercadorias, Alexandre Selk, que também importa grãos diferenciados de Europa e Mercosul, confirma a tendência, principalmente em São Paulo. Uma das maiores beneficiadores de arroz do país, a Josapar diversifica na área: lançou este ano o arroz yakimeshi, especial para pratos orientais. A empresa investiu ainda R$ 88 milhões no lançamento de um arroz com 100% de grãos nobres, com produção de 360 mil toneladas por ano.

Na mesma linha, a Pitangueira, de Itaqui, no Rio Grande do Sul, colocou no mercado o único arroz com selo ambiental da Embrapa, o Dorais ? 100% livre de agrotóxicos e 100% inteiro:

? É um mercado a se explorar. Ainda enfrentamos dificuldade de inserção pelo preço diferenciado, mais caro que o comum. Mas a tendência é superarmos esta barreira ? diz a diretora da empresa, Fabiola Lopes.

Produtor em São Borja (RS), Benvindo Ferreira Neto planta cerca de 20 hectares de arroz preto e aromático. Ainda é pouco, mas pretende ampliar a produção:

? Acredito na potencialidade desses grãos. Pretendo parar de produzir o arroz branco porque o custo/benefício não está compensando. Mas vou seguir plantando grãos diferenciados.