Esta é a segunda aquisição de usinas de etanol de cana-de-açúcar pela BP em território brasileiro e a maior já realizada pela empresa britânica em energia renovável. A BP já possui 50% da Usina Tropical BioEnergia, localizada em Goiás, desde 2008. Com isso, se tornou a primeira petrolífera a entrar no negócio de etanol de cana.
Além dos US$ 680 milhões, a BP irá assumir toda a dívida de longo prazo da CNAA, que será refinanciada. A nova aquisição vai aumentar a capacidade produtiva da BP no Brasil para cerca de 1,4 bilhão de litros de etanol por ano, ante nível atual de 435 milhões de litros.
A CNNA possui as usinas Itumbiara, em Goiás, e a Ituiutaba Bioenergia, em Minas Gerais. A CNAA também possui um empreendimento em desenvolvimento em Campina Verde (MG). Em plena operação, as três usinas terão capacidade total de moagem de 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. Cada usina tem a capacidade de produção de 480 milhões de litros de etanol, além de excedente de 340 gigawatt/hora para ser comercializado de energia elétrica.
A CNAA foi formada em 2007 a partir de uma associação entre o grupo Santelisa Vale (hoje incorporada pela Louis Dreyfus Commodities) e um conjunto de fundos de investimentos estrangeiros, entre eles o Riverstone, do Carlyle Group, além do Goldman Sachs, Global Foods e Discovery Capital. O Riverstone é um dos principais fundos especializados em energia do mundo e administra uma carteira com recursos superiores a US$ 15 bilhões.
Segundo a nota da BP, a petrolífera comprou o controle da CNAA dos fundos Açúcar e Álcool Fundo de Investimento em Participações, e Açúcar e Álcool II Fundo de Investimento em Participações. A venda foi necessária depois de os investidores iniciais da CNAA terem se surpreendido com a crise financeira, o que tornou inviável a manutenção dos aportes ainda necessários nas usinas, cujo retorno mostrou-se ser de maior longo prazo que o esperado inicialmente.