A força da água deste arroio invadiu as propriedades e destruiu plantações. Os moradores da zona rural contam histórias parecidas.
? Tem gente que não tem mais como fazer a colheita. O fumo que deve ser colhido está sendo perdido com o tempo e não tem como chegar nas lavouras. Então, é impressionante o estrago ? diz o produtor Marcelo Schneider.
O irmão do produtor rural Gilberto Becker conseguiu salvar a família, mas perdeu quase tudo que tinha.
? Ele perdeu o fumo dele, a plantação de fumo, perdeu dentro de casa, móveis, tudo tá perdido, parte da construção caiu, a água derrubou ? conta Gilberto.
A situação é ainda mais preocupante nas comunidades do interior que ficaram isoladas. Quase trinta pontes foram destruídas e 23 estão danificadas.
A todo momento a prefeitura recebe novos relatórios com avaliação dos danos. Um manual de desastres orienta os funcionários a encaminhar ajuda aos locais mais atingidos.
? Muita coisa devastada. Nós temos lavouras com perda total, 100%, outras em partes, mas foi uma devastação bastante grande, uma enxurrada que ficou localizada aí em torno de 400, 500 mililitros de chuva nessa região. Na história que a gente conhece, não lembro de a gente já ter passado por isso. Não temos esse levantamento de ter tido uma chuva tão forte e uma enchente repentina ? diz o secretário geral de gabinete Amilton Neutzling.
A maior dificuldade do produtor José Elpídeo Nunes vai ser como recomeçar o trabalho depois da destruição.
? O arroio teria mais ou menos antes da tempestade 12 metros de largura. Hoje, se continuar do jeito que tá ele fica com 40, 60 metros de largura, espraiado e muito entupido. Muita madeira, muitas malhas de bambu. E nós não sabemos como destrancar este arroio, como vai acontecer. Invadiu campo, onde eram áreas de plantação, invadiu muita areia, entupiu tudo. Não tenho conhecimento como trabalhar nisso depois, a partir deste momento agora ? desabafa Nunes.