O segmento de máquinas e implementos para a agricultura (exceto tratores e colhedoras) apresentou faturamento de R$ 767,8 milhões em junho deste ano, 2,7% a mais que em maio. No acumulado dos primeiros seis meses, o montante é de R$ 4,179 bilhões.
O presidente da entidade, Luiz Aubert Neto, considera os resultados positivos, mas não vê tanto motivo para comemorar. Segundo ele, os resultados deste ano apenas sinalizam uma recuperação em relação aos índices de 2004, ano que antecedeu um período de grave crise do setor agrícola e causou redução nos investimentos para a produção.
Para se ter uma idéia, no acumulado de 2004, a Abimaq registrou faturamento de R$ 7,15 bilhões com implementos agrícolas. Em 2005, o montante caiu para R$ 4,47 bilhões em 2006 e para R$ R$ 4,44 bilhões em 2006. O primeiro sinal de retomada veio no ano passado, quando o faturamento fechou em R$ 5,84 bilhões.
Preocupação com lucratividade
Aubert Neto, ressalta que todos os índices apontam para um crescimento do setor de bens da capital, mas apesar da ampliação do uso do parque instalado e dos pedidos, ainda há a preocupação com a lucratividade do setor de máquinas e equipamentos em geral.
De acordo com ele, na década de 80, o Brasil estava entre os cinco maiores produtores de bens de capital do mundo e, atualmente é o 14º. Ele creditou a situação, principalmente, à política econômica, destacando a alta carga tributária para se produzir no mercado interno e a taxa de câmbio desfavorável, que facilita as importações.
O presidente da Abimaq chamou a atenção para a balança comercial do setor. Os dados da Abimaq mostram um crescimento de apenas 12,9% nas vendas para o mercado externo na comparação entre os primeiros semestres deste ano e do ano passado. O valor passou US$ 4,75 bilhões nos primeiro seis meses de 2007 para US$ 5,35 bilhões no mesmo período deste ano.
Já as compras de máquinas e equipamentos do Exterior saltaram de US$ 6,65 bilhões no primeiro semestre do ano passado para US$ 9,99 bilhões no mesmo período neste ano. O presidente da Abimaq considera os números prejudiciais para o Brasil. Ele defende que o setor de bens de capital é estratégico para a economia.