China busca expandir cultivo em terras de outros países

Estatal irá adquirir pelo menos 200 mil hectares ainda este anoAs autoridades chinesas garantiram reiteradas vezes no Congresso Nacional do Povo, concluído nesta segunda, dia 14, que o país é autossuficiente em alimentos. Mas a China também busca expandir seu controle agrícola em outros países.

A estatal Beidahuang Land Cultivation Group vai adquirir pelo menos 200 mil hectares em áreas agrícolas de outros países neste ano. De acordo com o presidente da companhia, Sui Fengfu, será desenvolvida a logística e os estoques das propriedades. Trata-se de um sinal de que o agronegócio chinês está respondendo à solicitação do governo para que se movimente mais rapidamente no processo de expansão no exterior, uma área cada vez mais importante para atender à demanda crescente e à possibilidade de instabilidade na oferta. 

O grupo Beidahuang é um dos maiores moinhos de arroz da China e, por meio da subsidiária Jiusan Oil & Fat, é um dos maiores processadores de soja do mundo.

? Estamos planejando projetos em 200 mil hectares para este ano ? declarou Sui, acrescentando que esses investimentos incluem países como Brasil, Argentina, Venezuela, Rússia, Austrália, Zimbábue e Filipinas. 

Sui explicou à mídia local que a companhia utiliza diferentes métodos de aquisição, inclusive arrendamentos ou compras diretas, dependendo do país. No início do ano passado, a companhia fechou acordos para adquirir milhares de hectares na Argentina e em Cuba, para produzir arroz, soja, trigo e canola, em troca de investimentos chineses em logística e irrigação.

Os planos do grupo Beidahuang, divulgados no congresso que durou uma semana e meia, surgem num momento de melhora nas condições domésticas de cultivo, após período de grave seca. O diretor da Administração Estatal de Grãos, Nie Zhenbang, explicou que a China deve ter uma colheita recorde de trigo neste ano.