Já que o mercado americano é um dos maiores consumidores e importadores do mundo, o Brasil poderia aumentar os lucros com essa condição, especialmente na área agrícola. Os Estados Unidos exportam para o Brasil US$ 13 bilhões a mais do que importam. Só nos primeiros dois meses do ano, o saldo negativo da balança comercial brasileira já está em US$ 1,2 bilhão.
? O câmbio ele desestimula e enfraquece suas vendas e torna mais competitivos os produtos estrangeiros internamente porque fica mais barato. Você perde internamente pela competição dos estrangeiros, e perde externamente pela dificuldade de vender. Isso o que gera: vendo menos e compro mais, déficit ? explica o economista Dércio Munhoz.
As barreiras impostas pelos Estados Unidos também dificultam as vendas dos produtos.
? É um fator mais geral que, no caso do Brasil, é uma moeda excessivamente forte e um específico que é um elevado grau de protecionismo nos EUA na área agrícola. Esses dois fatores somados têm atrapalhado um relacionamento melhor com os EUA ? explica Virgilio Arraes, especialista em Estados Unidos.
A vinda do presidente Obama ao Brasil será a oportunidade para definir o tom e o rumo da relação econômica e comercial entre os dois países. Mas os especialistas dizem que os avanços nas negociações não são imediatos.
? A importância dela é simbólica. Dela não sairá nada importante no curto prazo. Visita de prestigio à nova presidente com a finalidade de reiterar os laços comerciais e políticos entre os governos. ? ressalta o especialista.
No sábado, em Brasília, Obama tem reuniões e um encontro com a presidente Dilma Roussef. Domingo a agenda é no Rio de Janeiro, onde deve fazer um discurso público.