México regionaliza assistência para o setor rural

Responsabilidade pela distribuição dos recursos será de universidades e centros de pesquisas locaisO governo do México está regionalizando seu plano de desenvolvimento para o setor rural, através do envolvimento de especialistas locais na obtenção de recursos para os produtores mais pobres. Por anos, o México foi um dos países que mais gastaram com o setor rural na América Latina, mas ao mesmo tempo tinha o menor crescimento da produção agrícola.

? Nossos subsídios têm um efeito perverso, e não há um objetivo claro ? disse Ignacio Rivera, vice-ministro para desenvolvimento rural do Ministério da Agricultura do México.

O orçamento para desenvolvimento rural caiu de 1,2 bilhão de pesos no ano passado para 952 milhões (US$ 79 milhões) neste ano. Autoridades afirmam que o programa será mais efetivo, já que grande parte da responsabilidade pela distribuição dos recursos ficará nas mãos de universidades e centros de pesquisas locais, em uma tentativa de criar soluções melhores e específicas para os problemas de cada região.

Os recursos muitas vez acabam indo para os produtores que têm a capacidade e a infraestrutura para requisitá-los, enquanto pequenos produtores com pouco ou nenhum recurso nem sabem que a ajuda está disponível ou como recebê-la.

? A distribuição de recursos está absolutamente inversa no que se refere a onde a pobreza está concentrada ? disse Gustavo Gordillo, ex-diretor geral assistente da Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura (FAO).

Líderes da indústria afirmam que isso se deve ao fato de os programas de desenvolvimento rural não serem ajustados à estrutura do setor, onde a maioria é de pequenos produtores, ou de produtores de subsistência que detêm apenas um hectare ou dois. Existe também uma falta de acompanhamento, com poucas maneiras de garantir que os recursos são usados de maneira adequada no longo prazo.

A ideia do programa agora é alterar essa situação. Dentro de dois meses, pelo menos uma universidade por Estado receberá a tarefa de avaliar quais recursos são necessários em cada região, além de direcioná-los para os produtores.

? Esse setor é um mosaico de situações. Acreditamos que universidades locais estão mais perto da realidade e que poderemos gerar soluções mais precisas e adequadas para integrar grupos multidisciplinares ? disse José Miguel Moto, diretor dos serviços de desenvolvimento rural para o Ministério da Agricultura.