Crise nuclear no Japão preocupa parceiros comerciais

Apesar do medo, consumo de produtos nipônicos apresentou forte crescimentoA crise nuclear provocada pelo terremoto no Japão preocupa os principais parceiros comerciais do país. Aqui no Brasil, o governo ainda não adotou ainda nenhuma medida para controlar uma possível entrada de produtos contaminados. Apesar do medo de algumas pessoas, o consumo de produtos japoneses apresentou forte crescimento.

As notícias que chegam do Japão modificaram, por exemplo, o hábito de alguns moradores do bairro Liberdade, em São Paulo, tradicional colônia japonesa. Nos mercados, o medo do desabastecimento causou uma corrida às prateleiras. Nos últimos cinco dias, a venda de produtos importados aumentou em média 50%. Entre eles, balas, biscoitos, temperos, shoyo e massa de soja.

Muitos produtos importados do Japão também são produzidos no Brasil e, por isso, não há risco de desabastecimento. Mas uma outra preocupação já atinge o consumidor: a contaminação dos alimentos.

As notícias de que produtos como leite, verduras e água já foram contaminados reforçam a preocupação. O medo de importar produtos contaminados pela radiação alterou o protocolo nos aeroportos e portos em diversas partes do mundo. Por enquanto, o governo brasileiro não adotou nenhuma medida específica de controle. Importadores de produtos alimentícios japoneses continuam em contato com os fornecedores. Mesmo depois da catástrofe, os navios continuam transportando normalmente as cargas para o Brasil.

Engenheiro agrônomo aposentado, ex-funcionário dos ministérios da Agricultura, Fazenda e Planejamento, Isidoro Yamanaka afirma que o risco de produtos contaminados chegarem ao Brasil não existe. Segundo ele, todo produto japonês que chega ao país tem dois selos de qualidade. Ele revela que os ministérios da Agricultura dos dois países estudam a possibilidade de exportar para o Japão mão de obra agrícola brasileira.

? O Brasil tem mão de obra qualificada e poderia ajudar o Japão a recuperar terrenos, corrigir solos. É o que o Japão precisa neste momento. Muito mais do que dinheiro e alimentos ? afirma Yamanaka.

Em nota, a Agência Nacional de Vigilância sanitária afirma que o Brasil está acompanhando as decisões da comissão da ONU que está constantemente avaliando a situação da usina nuclear no Japão. Segundo a entidade, não há neste momento risco para a população brasileira em caso de contato com pessoas e consumo de produtos que vierem do Japão. Qualquer alteração no cenário, o grupo do governo federal formado para acompanhar esse cenário adotará as medidas cabíveis para proteger a população brasileira.