IPC-S indica pressão dos alimentos sobre a inflação, mostra pesquisa da FGV

Cinco dos sete grupos pesquisados apresentaram avanços de preços em índices acima dos registrados na prévia anteriorVoltou a subir o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Na terceira prévia de março, o IPC-S chegou a 0,69%. Cinco dos sete grupos pesquisados apresentaram avanços de preços em índices acima dos registrados na segunda prévia.

As maiores pressões foram verificadas no grupo alimentação, em que a taxa atingiu 0,86% e as maiores correções ocorreram nas hortaliças e legumes, de 5,51% para 6,65%. As carnes bovinas mantiveram-se com variação negativa de -2,33%, mas a redução já perdeu força, já que na apuração anterior a queda havia sido mais intensa, de 2,80%.

No grupo transportes, houve ligeira elevação na comparação com a medição passada, e o índice chegou a 1,18%. É a maior taxa entre os sete grupos pesquisados. Esse índice reflete, principalmente, o aumento de preço do álcool combustível ( e 5,10% para 7,51%) .

Já em vestuário foi constatada a maior variação sobre o resultado anterior, de 0,59% para 0,89%, um aumento de 0,30 ponto percentual, sob o efeito da entrada da nova coleção outono/inverno nas lojas, com as roupas, em média, 1,14% mais caras, ante uma alta de 0,81%.

Em saúde e cuidados pessoais, o IPC-S aumentou de 0,62% para 0,64%, puxado pela correção dos medicamentos, de 0,18% para 0,33%. No grupo educação, leitura e recreação, o índice teve um acréscimo de 0,10 ponto percentual, passando de 0,15% para 0,25%. Neste caso, o motivo foi a redução no ritmo de queda da passagem aérea, de -9,30% para -8,15%.

Nos demais grupos, os resultados indicam perda na velocidade de reajustes. Em despesas pessoais, a variação foi de 0,4%, bem inferior à da apuração passada (0,74%). Essa redução é atribuída ao decréscimo no preço dos cigarros (de 1,31% para 0,69%). Em habitação, houve aumento de 0,47%, ante 0,52%, sob a influência da tarifa de telefone móvel ou celular (de 2,41% para 2,01%).

Os cinco itens que mais ajudaram a elevar o IPC-S foram: tomate, de 14,45% para 17,60%, batata-inglesa de 9,65% para 16,37%, aluguel residencial de 0,72% para 0,75%, álcool combustível de 5,10% para 7,51% e tarifa de metrô de 7,71% para 5,66%. Já os que minimizaram o impacto inflacionário foram a alcatra de -5,37% para -5,46%, o contrafilé de -6,52% para -5,19%, o açúcar refinado de -3,80% para -3,90%, a passagem aérea, de -9,30% para -8,15%, e o filé-mignon, de 10,14% para -8,26%.