Pelo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura, do Estado, a produtividade também é superior às anteriores. A média passou de 3.190 quilos por hectare no ano passado para 3.260 quilos por hectare neste ano. De acordo com o diretor do Deral, Otmar Hubner, quando a cultura começou a ser colhida, nos meses de janeiro e fevereiro, havia uma preocupação devido ao excesso de chuvas, mas as condições melhoraram nos últimos dias.
A agrônoma Margorete Demarchi diz que, nos últimos três anos, o Paraná tem mantido a média no volume de exportação do grão, em torno de 45% do que é produzido no Estado. No Porto de Paranaguá, por onde a soja é exportada, a emissão de senhas para caminhões carregados, que chegou a ser suspensa nos dias de chuva, está normalizada. O Carga Online faz o gerenciamento do fluxo logístico dos veículos até o porto, estabelecendo cotas diárias de recebimento de caminhões e vagões para cada terminal operador, dimensionando os fluxos e diminuindo as filas. As cargas só são liberadas para irem ao porto quando existe local disponível em armazém para receber o produto e navio para receber a carga.
Com o tempo bom, o corredor de exportação do porto paranaense opera em capacidade plena e consegue escoar até 100 mil toneladas por dia. Dos grãos que chegam a Paranaguá, 70% são transportados por caminhão e 27% por trem. Há ainda 3% de graneis líquidos, transportados via oleoduto.
O pesquisador da Embrapa Soja José de Barros França cita um estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que mostra que o prejuízo para o país, em cada safra, causado pela perda de grãos durante o transporte por caminhões, chega a R$ 2,7 bilhões, o que equivale a 10 milhões de toneladas de grãos perdidos. Segundo França, as perdas acontecem devido ao péssimo estado de conservação das estradas, à frota de transporte envelhecida e com péssima conservação, além do excesso de cargas por viagem.
? Em uma safra de 147 milhões de toneladas, cada 1% perdido representa R$ 500 milhões em prejuízos ? afirma França, lembrando que 60% da movimentação de grãos no Brasil ocorre por meio de rodovias.
Segundo o pesquisador, seria importante aumentar os investimentos em ferrovias e hidrovias.