A produção do grão no Estado saltou para 15 milhões de toneladas nesta safra, o que representa 5% mais do que a região colheu no verão passado. As cooperativas paranaenses, que recebem a maior parte da safra, contabilizam um saldo positivo quando o cálculo fica da porteira para dentro.
? O produtor que se antecipou e conseguiu travar esses custos está vendo que a soja, assim como a matéria-prima que ele usa para travar a produção e os insumos de uma maneira geral ficaram com um preço aquém. O produtor ganhou de três maneiras: no custo de produção, na produtividade, e no preço médio de venda que foi recebido ? explica o gerente de comercialização da Cooperativa Integrada, João Bosco.
A colheita se encontra em fase final, e, por enquanto, a média do Estado é 3,26 mil quilos por hectare, ou 54 sacas. São 15 sacas a mais do que a última safra. O custo operacional da lavoura ficou entre 23 e 27 sacas. O preço médio da saca está em R$ 44, mas alguns produtores chegaram a travar o preço a R$ 47.
Segundo a Compania Nacional de Abastecimento (Conab), 40% da safra foram comercializadas de forma antecipada. Porém, se produção e produtividade são celebradas, o presidente do Sindicato Rural de Londrina, Narciso Pissinatti, diz que a rentabilidade real sofre a influência negativa da logística deficitária do país.
? Os municípios de uma forma geral sofrem com a falta de boas estradas rurais. Às vezes, um caminhão que levaria 12 toneladas acaba saindo com oito. Então vai ter mais frete, mais custo. Quando vai para o porto, ele encontra as filas. Além disso, o custo é diário, é difícil você mensurar, mas tudo sobra para quem produz. Nós temos um porto também que com chuva não “enche” um navio, nós temos a dificuldade com o dólar subvalorizado, o real fora da realidade. Tudo isso prejudica ? conclui.