Economista avalia que Banco Central deve manter firmeza na política monetária contra a inflação

Para Thaís Marzola, da Rosemborg, ainda há pressão sobre a demanda no paísA atual desaceleração nos preços das commodities no mercado internacional não significa freio na escalada inflação. É avaliação da consultoria Rosemborg e Associados. De acordo com a empresa, o Banco Central não deve relaxar a política monetária, da qual vai depender a volta do índice para o centro da meta, de 4,5%.

Na análise da Rosemborg, a queda das commodities no mercado global foi motivada pela baixa do petróleo, valorização do dólar e ao bom clima nos Estados Unidos. Um alívio na inflação já era esperado, mas a queda significativa, que levaria o índice de volta às condições definidas pelo governo, só deve ocorrer em 2009.

? A queda das commodities contribui com a inflação, mas as preocupações estão em torno da defasagem entre oferta e demanda. Como a demanda continua aquecida, mesmo com esse refresco, o Banco Central deve ficar atento ? disse a economista da Rosemborg Thaís Marzola ao Agribusiness Online, nesta quarta, dia 13.

Thaís explicou que, de forma geral, a utilização da capacidade instalada para produção no Brasil tem se mantido alta nos últimos meses. Porém, quando se analisa individualmente, podem ser percebidas pressões sobre alguns setores importantes da economia, entre os quais, ela mencionou a indústria automobilística.

? Se observarmos a taxa acumulada dos últimos 12 meses, o comércio varejista cresceu em torno de 10% e a indústria, em torno de 6%. Há uma diferença suprida por importações, mas que, com o passar do tempo, vai agravando quadros pontuais de inflação.

Para defender a atuação mais firme do Banco Central na política monetária, Thais Marzola argumentou que o maior impacto é sobre o crédito, que tem sido utilizado como o principal ferramenta para estimular o consumo no mercado interno.

? Espera-se que Banco Central tenha uma atuação muito mais expressiva sobre a demanda por conta do crédito.